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quinta-feira, maio 23, 2013

O espectro do tautismo ronda a TV Globo


A linguagem da TV Globo sempre abusou das metalinguagens como exercício de demonstração do seu poder tecnológico e financeiro: passar a maior parte do tempo transmitindo a sua própria transmissão. Porém, nessa semana percebemos a recorrência de um fenômeno novo, desde a notícia da morte de turistas brasileiros na Turquia. Um fenômeno que o pesquisador francês Lucien Sfez chama de “tautismo”: um processo de comunicação sem personagens que só leva em conta a si mesmo, resultando em uma situação simultânea de autismo e tautologia. Isso seria o resultado final de todo sistema complexo que começa a fechar-se em si mesmo, tornando-se cego ao ambiente externo. Sem conseguir estabelecer a diferença entre “dentro” e “fora”, “ficção” e “realidade”, o sistema torna-se autofágico. O tautismo poderia ser o sinal decisivo do fim da hegemonia da TV Globo?    
Um fantasma ronda os corredores da TV Globo. É o espectro do tautismo. Esse neologismo criado pelo pesquisador francês Lucien Sfez através da combinação das palavras “tautologia” (do grego tauto, o mesmo) e “autismo” (autos, si mesmo) talvez nomeie uma estranha recorrência nesses últimos dias na programação da emissora.
Em um espaço de menos de uma semana em uma amostragem bem aleatória, encontrei uma repetição de eventos, sejam eles conteúdos de ficção ou não-ficção, onde sempre há um princípio de auto-referência.

sábado, junho 12, 2021

'Revelação' de Bonner é o tautismo da Globo marchando para o fim


Desde cedo, nas redes sociais, William Bonner fez suspense: faria uma “revelação” na bancada do JN naquela noite. Até que o telejornal da Globo foi ao ar e a bombástica “revelação” nada mais era do que uma campanha para “humanizar” os jornalistas da Globo: nos intervalos, serão mostrados exemplos motivacionais da intimidade dos jornalistas e suas conversas fora do ar. Comprovar que apesar da “missão” os jornalistas são “humanos” também. Tudo pode parecer apenas uma canastríssima autopromoção, com direito a lágrimas e voz embargada de Renata Vasconcellos no final. Quando o jornalista vira o protagonista da informação é que a própria informação deixou de existir... virou autorreferência, metalinguagem, tautismo (autismo midiático + tautologia). Análogo ao processo catabólico de degradação onde o corpo começa a consumir seu próprio tecido muscular. Em crise financeira e vivendo do rentismo, a Globo tenta salvar a imagem do seu jornalismo no mercado de notícias, fazendo um controle de danos das suas intervenções políticas, para manter a sua marca valorizada à espera de um comprador.

quarta-feira, setembro 07, 2016

Por que a "Folha" também tornou-se tautista?


Em seu editorial “Fascistas à Solta” de 02/09 o jornal "Folha de São Paulo" exige a repressão mais dura aos “fanáticos por violência”, jovens desarmados que insistem em gritar “Fora Temer” nas ruas.  Como explicar um jornal que um dia foi sintonizado com o espírito do seu tempo, quando deu visibilidade às “Diretas Já” e tornou-se modelo de modernização do Jornalismo, como pode a “Folha” terminar dessa maneira? Naquele momento jovens ocupavam as ruas exigindo eleições diretas. Por que hoje a mesma Folha, orgulhosa da “revolução gerencial da mídia brasileira” do "Manual de Redação", é incapaz de perceber o limiar de uma nova geração que também clama por eleições diretas? A Folha, no meio impresso, padece do mesmo mal da Globo, no meio audiovisual: o tautismo (autismo + tautologia). E a origem desse tautismo pode estar no próprio Projeto Folha iniciado em 1984 cuja contradição era confundir o conceito de opinião pública com uma relação privada de consumo com seus leitores.

quarta-feira, janeiro 04, 2017

Tautismo fonoaudiológico da Globo quer legitimar capitalismo de desastre



Depois de entrar em metástase e, a partir das “hardnews” dos telejornais, contaminar o jornalismo esportivo, teledramaturgia e entretenimento, encontramos uma das origens da doença do tautismo (autismo + tautologia) da TV Globo: o método fonoaudiológico responsável há décadas pela fala dos atores, repórteres, radialistas e âncoras da emissora. É o chamado “Método do Espaço Direcional” cujas estratégias vocais reforçam subliminarmente a descrição que a Globo faz de si mesma - a crença de um destino manifesto que na fase metastática atual assume um delirante messianismo religioso: tons de voz graves, ressonância e ritmo da fala cada vez mais lúgubres e patibulares dos âncoras como se a Globo testemunhasse algo que já foi profeticamente gravado a ferro e fogo nas pedras da História desde tempos imemoriais:  “Vejam, já estava escrito!”. Cânone do “Método”, é sintomático que Cid Moreira tenha virado um apóstolo bíblico que decidiu levar o Evangelho “até os últimos dias”. Afinal, esse é o subtexto diário das inflexões de voz dos apresentadores globais que procuram conformar os telespectadores ao atual “capitalismo de desastre” implantado no País.

sábado, outubro 25, 2014

A "bala de prata" é sintoma do "tautismo" da revista Veja

Motivo de piadas e memes nas redes sociais, o verdadeiro remake do layout da capa de 2012 sobre a novela Avenida Brasil em mais uma “bala de prata” da revista “Veja” (matéria de capa sobre suposta denúncia de que Dilma e Lula sabiam de todos os esquemas na Petrobrás) é muito mais do que falta de criatividade ou preguiça de uma revista que definha financeiramente. É um sintoma do “tautismo” (tautologia + tautismo), fenômeno de fechamento da mídia em si mesma, a tal ponto que desaparecem as diferenças entre ficção e não-ficção, telenovela e notícia. A própria resposta dada pela “Veja” às críticas comfirma aquilo que pretende negar: através de um raciocínio tautológico diz que os acontecimentos são verdadeiros porque “teimosamente” têm relevância eleitoral... e por isso sempre acontecem na reta final das eleições!

O programa Redação Sport TV recebeu na semana passada o ex-presidente do Fluminense Francisco Horta. Famoso nos anos 1970 por ter montado a chamada “máquina tricolor” na base do “troca-troca” (intercâmbio ao invés de compra de jogadores), ele era entrevistado por André Rizek e Xico Sá. Para demonstrar a relevância do entrevistado, foram mostrados para os espectadores fac-símiles de edições do Jornal O Globo da época, com manchetes sobre o ex-dirigente.

Rizek, então, passou a fazer uma rápida contabilização do número de manchetes que o Fluminense gerava no jornal entre 1975-77. Para o jornalista, o sucesso da estratégia de Horta passou a ser discutido não pela sua contribuição para o futebol brasileiro, mas pela capacidade de Horta tinha em produzir manchetes para O Globo. Auto-referência: o jornal toma a si mesmo como medida para avaliação da realidade. O jornalista passou a confundir relevância midiática com relevância histórica.

quarta-feira, outubro 12, 2016

Tautismo agora ronda telenovelas da Globo


Depois do telejornalismo e do esporte, agora o tautismo (autismo+tautologia) chega às telenovelas da Globo. Em crise de audiência pelo desgaste do gênero e a concorrência das séries em streaming na Internet, a emissora apela para a autofagia tautista ao escalar os atores Luís Melo e Giovana Antonelli para o núcleo japonês de “Sol Nascente”, gerando protestos: atores brasileiros se passando por japoneses? "Yellowfaces" e preconceito?. A Globo manda às favas a verossimilhança, a própria essência de um roteiro ficcional, e prefere a sinergia entre o folhetim eletrônico e o mercado publicitário como reação desesperada à crise da telenovelas. Uma sinergia tautista que começa até a criar “coincidências significativas” e ricas de simbolismos como o ator Murilo Benício transformado em garoto-propaganda de uma empresa de investimentos. Sinal dos novos tempos: sai o Tufão (o desajeitado ícone da “Classe C” da Era Lula) e entra o investidor yuppie elegante.

sábado, fevereiro 04, 2017

Para tautismo da Globo Marisa Letícia supostamente morreu


O tautismo (autismo + tautologia) crônico da TV Globo chegou a um nível bizarro e surreal com a “morte” de Dona Marisa Letícia. Enquanto a emissora mostrava imagens de pesar e condolências (minuto de silencio no Congresso e os pêsames de FHC a Lula), a Globo se apegava ao “protocolo de morte encefálica” para adiar em 18 horas o anúncio do falecimento e a palavra “morte”. Uma cobertura, no mínimo, anômala: em se tratando de políticos, celebridades e artistas o "modus operandi" da grande imprensa diante da morte sempre foi o sensacionalismo, ilações e especulações. Por que esse inesperado comedimento, como se repórteres e apresentadores usassem luvas de pelica enquanto pisavam em ovos? No dia 02 de fevereiro, Dona Marisa Letícia estava supostamente morta. Para no dia seguinte a palavra “morte” ser anunciada de forma protocolar. Para quê serviu esse pesar tautista da Globo? Algumas hipóteses: (a) AVC político, (b) Lula vai ser preso, (c) Sebastianismo e Eleições 2018, (d) Tática do diversionismo, (e) Corrente de Esperança.

domingo, julho 21, 2013

Globo faz programa tautista sobre "Honestidade"


Em meio ao debate do programa “Na Moral” Antônio Fagundes cita a fábula de Platão do anel da invisibilidade de Gyges para discutir ética e honestidade. Risos amarelos de Pedro Bial e da cantora convidada Gaby Amarantos diante de um momento de dissonância. Segundos de indecisão do surpreendido Bial, que toca o programa pra frente, sem comentários. “Na Moral” detona mais uma bomba semiótica na opinião pública (criar uma relação metonímica entre o impeachment de Collor em 1992 e as manifestações atuais), porém essa explosão parece que saiu pela culatra: esse momento de dissonância criado por Fagundes demonstrou o progressivo autismo da emissora que teimosamente tenta interpretar a realidade através da tautologia, auto-referência e metalinguagem. Seriam sintomas do “tautismo”, espectro que ronda a Globo que, para especialistas em comunicação e linguagem, são sinais de entropia de sistemas que adquiriram tamanha complexidade que não mais se sustentam.

Com a atmosfera política cada vez mais carregada, sucedem-se explosões das bombas semióticas midiáticas . Mas dessa vez, testemunhamos uma espécie de “fogo amigo”, isto é, a explosão de uma bomba que se reverte contra o seu próprio autor e seus aliados. Estamos falando sobre o programa “Na Moral” da TV Globo apresentado no dia 19/07. Apresentado pelo jornalista Pedro Bial, o tema era “Honestidade” e os convidados que debateriam com a plateia o tema foram o ator Antônio Fagundes e a cantora Gaby Amarantos.

Como toda bomba semiótica que se camufla de informação para construir significações arbitrárias que visam criar ondas de choque na opinião pública, o propósito latente dessa particular edição do “Na Moral” era fazer uma aproximação metonímica entre as manifestações do impeachment do presidente Collor de Melo em 1992 com a atual escalada de manifestações pelas ruas do País – e politicamente fazer “sangrar” o governo até as eleições do próximo ano. Para articular essa operação linguística, Bial invocou um episódio do antigo programa “Você Decide” também de 1992 onde se definia se um homem desempregado, que encontrou uma mala cheia de dinheiro, deveria ou não entregar aquele valor ao seu dono. Quem apresentava aquele programa? Claro, Antônio Fagundes.

terça-feira, agosto 02, 2016

Globo promete cobertura tautista das Olimpíadas


Metalinguagens e efeitos visuais tautológicos dominaram a cobertura do programa Fantástico do último domingo sobre as Olimpíadas Rio 2016, com a mesma estética apoteótica das transmissões do Carnaval, dando o tom geral da cobertura da emissora. Mais do que mau gosto, é a evidência do “tautismo” (autismo + tautologia) crônico da Globo nos anos recentes. Para uma emissora que se fechou em si mesma como reação à crise de audiência e a concorrência das mídias de convergência, não existe mais mundo externo: as Olimpíadas só acontecem no Rio para que a Globo possa transmiti-la. E o auge do tautismo é quando jornalistas começam a entrevistar outros jornalistas da própria emissora. Para a Globo, a cobertura jornalística em si é mais importante do que o próprio evento e os relatos das emoções de seus apresentadores é mais dramático do que as dos próprios atletas.

sexta-feira, fevereiro 23, 2024

Tautismo e viralatismo: como dar pernas à não-notícia do "Holocausto"



A última vez foi quando o então presidente Obama humilhou a repórter Globo News, Sandra Coutinho, em uma coletiva para imprensa, em 2015, na Casa Branca ao desmenti-la quando tentou colocar uma opinião da Globo na boca dele. E agora, o drible humilhante que o secretário de Estado Antony Blinken deu na correspondente em Washington, Raquel Krähenbühl, tentando dar pernas à não-notícia da palavra que Lula jamais disse: “Holocausto”. Mais uma vez a emissora submete jornalistas ao vexame, revelando o seu tautismo (tautologia + autismo midiático) e viralatismo crônicos. Tautista, não entende que Globo é uma emissora do quintal geopolítico dos EUA. E que sua única função é o de caixa de ressonância da extrema-direita: se limitar a repercutir postagens de Netanyahu e Israel Katz para tentar das pernas à não notícia, pelos menos até à manifestação convocada pelo inelegível e sem cargo Bolsonaro.

segunda-feira, junho 29, 2015

Por que jornalistas estão migrando para programas de entretenimento?

Em 1983 Sérgio Chapelin deixou a Globo para apresentar o “Show Sem Limites” no SBT. Mas depois voltou ao telejornalismo global. Agora a migração para o entretenimento não tem mais volta: tudo começou com Fausto Silva nos anos 80 e atualmente a tendência cresce com Fátima Bernardes, Pedro Bial, Patrícia Poeta, Britto Jr., Ana Paula Padrão, Zeca Camargo e o recente anúncio da saída definitiva de Tiago Leifert do jornalismo esportivo para um programa de entretenimento na TV Globo. Como explicar essa onda migratória? Maneira mais fácil de ganhar dinheiro com merchandising? Mas também pode representar o sintoma de um duplo fenômeno que assola um jornalismo terminal diante do crescimento das tecnologias de convergência: o infotenimento (informação + entretenimento) e o tautismo (tautologia + autismo).

Quando o colombiano Juan Carlos Osorio chegou ao Brasil para ser o novo técnico do São Paulo Futebol Clube, ao vivo o jornalista Tiago Leifert não se conteve : “vamos fazer uma matéria especial com Osorio, ele é um personagem!”, disse o apresentador do Globo Esporte, sobre um técnico com o seu curioso método de entregar bilhetes aos jogadores, escritos ora com caneta vermelha, ora com caneta azul... canetas que depois são enfiadas em cada meia.

Essa é uma pequena amostra do atual modus operandi do jornalismo baseado não mais em relatos de acontecimentos, mas que agora está em busca de casos e personagens como se editores e repórteres se assemelhassem a roteiristas ou produtores de cinema.

sexta-feira, janeiro 13, 2017

O tautismo politicamente correto da Globeleza vestida



“Mudança de pensamento”. “Reflexo das pressões feministas e das discussões sobre diversidade”. Alguns mais eloquentes falam em “vitória da sociedade”. São as repercussões de primeira hora da nova vinheta do carnaval da TV Globo na qual vemos uma nova Globeleza vestida, decretando o fim da tradicional nudez maquiada por camadas de tintas coloridas e adereços metálicos imortalizados pela estética retro-futurista do designer digital Hans Donner. Esse suposto avanço deve ser colocado na perspectiva de uma emissora pós-impeachment que vive a tensão de ter que aparentar ser imparcial e progressista. Mas o tautismo (autismo + tautologia) crônico da emissora transforma qualquer demanda da sociedade em um signo vazio no interior de um sistema linguístico autônomo sem qualquer referencia no mundo real. A vinheta é binária e circular. Não consegue superar o simbolismo da Globeleza que sempre foi expressão de um projeto nacional secreto no qual a Globo teria um papel decisivo - criar uma embalagem supostamente moderna para o único produto que o Brasil teria a oferecer para o mundo: suas belezas naturais e hiperssexualizadas, desfrutáveis para todo o planeta a um preço módico pela diferença cambial.

terça-feira, março 14, 2017

Tautismo da Globo vê na virada do Barça lição motivacional para brasileiros


O final de domingo é um momento reconhecidamente depressivo para os telespectadores que repentinamente voltam a lembrar da segunda-feira. Nesse momento, a TV ataca com vídeos de pets engraçados e acidentes domésticos, ou, como no caso da Globo, também vídeos “motivacionais”. Como na introdução do “Fantástico” desse domingo na qual a virada histórica do time do Barcelona na “Champions League” serviu de mote para reunir várias outras histórias para provar que “o impossível acontece” e que “jamais podemos desistir” como fossem lições de moral para todos enfrentarem o baixo astral da vida e do próprio País. Ao sugerir que histórias sobre atletas e profissionais de alto nível poderiam ser fontes de inspiração moral e motivacional para os telespectadores comuns, revela a natureza da linguagem televisiva: o discurso metonímico ou “lateral” que vem se tornando crônico com o crescimento da doença do “tautismo” (autismo + tautologia) na grande mídia. A consequência é a “motivação” através do esquecimento e despolitização do telespectador, além da introjeção da culpa pelas mazelas do cotidiano.

quinta-feira, agosto 21, 2014

Bonner e Poeta expõem o desespero tautista da TV Globo

A verborragia estudada e simulada de William Bonner e Patrícia Poeta (perguntas quilométricas e fisionomias treinadas em longos anos de experiência olhando para “teleprompters” nos estúdios de TV) na suposta entrevista com a candidata Dilma Roussef não quis dizer apenas que a TV Globo “não gosta dela”. A dupla de apresentadores do Jornal Nacional involuntariamente expôs a dramática situação atual da emissora: o desespero “tautista” (tautologia + autismo) – ter que ao mesmo tempo assumir o papel de oposição política servindo de câmara de eco da pauta da grande mídia e institutos de pesquisa e ter que demonstrar histericamente que ela é imparcial para tentar recuperar uma audiência em queda pela perda de credibilidade e relevância.  A resposta da emissora para seu dilema existencial não poderia ser mais autista quando utiliza a técnica de dissociação psíquica na entrevista, velha tática do Manual Kubark de Interrogatório e Contra-inteligência” da CIA.

Em 1985, no último bloco de debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo, o jornalista Boris Casoy disparou uma pergunta a Fernando Henrique Cardoso: “Senador, o sr. acredita em Deus? A reposta dessa pergunta simples e direta fez ele perder uma eleição que parecia ganha.

Um ano depois, durante a Copa do Mundo no México, o dublê de ator e jornalista Marcelo Tas, na pele do personagem cínico Ernesto Varela, conseguiu invadir a concentração da seleção brasileira para dar de cara com o cartola Nabi Chedid, então chefe da delegação. Varela foi direto: “depois da Copa, qual será a sua próxima jogada?”. Transtornado com a pergunta maliciosa, Nabi expulsou ele e o câmera Toniko Melo da concentração.

terça-feira, dezembro 20, 2016

Tautismo da Globo ainda não engoliu vitória de Trump




A vitória de Donald Trump pegou de surpresa a mídia internacional. Mas para jornalistas, comentaristas e colunistas da Globo foi devastador. Colocou em xeque o tautismo (autismo + tautologia) da emissora – a maneira pela qual a Globo interpreta a realidade que está além dos seus muros a partir da descrição que ela faz de si mesma. O triunfo de Trump parece que desmentiu o que a emissora entende como o seu destino manifesto: cobrir como a História cria fatos exclusivamente para a Globo transmitir. Mas o que acontece quando a História contraria as apostas da emissora? Tenta encaixar aquilo que é dissonante no seu roteiro, projetando nos outros países as mazelas brasileiras que a própria Globo ajuda a criar. Torce para que o roteiro pré-fabricado pela emissora também dê certo nos outros países. Um roteiro dividido em três atos: o “clima de incertezas”; o “caos”; e a “virada de mesa”. Com direito a um ato adicional: a vidente que disse que Trump “será o fim”.

sábado, novembro 12, 2016

Tautismo e Sincromisticismo na profecia de "Os Simpsons"


Em 2000, o cenário com Donald Trump presidente era o mais insano e ridículo que os criadores de “Os Simpsons” poderiam imaginar. Para o criador Matt Groening “estava além da sátira”. O episódio “Bart To The Future”, há 16 anos, mostrando uma Lisa Simpson adulta eleita presidenta para tentar consertar o país após um catastrófico governo Trump, viralizou nos últimos dias como uma estranha profecia. A lembrança desse episódio fez parte de uma série de reações tautistas (autismo + tautologia) ao inesperado terremoto Trump que parece ter desligado alguma espécie de Matrix: depois de toda uma geração viver no interior de um “efeito-bolha” liberal, globalizado e cosmopolita criado pelos algoritmos da Internet e grande mídia (cujos centro espiritual são as startups do Vale do Silício), de repente descobriu uma América profunda vivendo no deserto do real – “hillbillies”, “rednecks”, “Hicks” e toda sorte de “white trash”. E, como sempre, a grande mídia brasileira tautista tenta enxergar nos EUA a repetição da crise política brasileira que ela própria ajudou a criar.

quinta-feira, abril 06, 2017

Com o caso José Mayer tautismo da Globo fica na corda bamba


O caso do assédio do ator José Mayer à figurinista Susllem Tonani é marcado por uma ironia fundamental: um ator, conhecido por interpretar nas telenovelas sempre o mesmo perfil de personagens machistas e misóginos, é denunciado por recorrentes assédios nos bastidores da Globo. Mera coincidência ou sincronismo entre ficção e realidade? Desde que o chamado “O Método” (criado pela Actors Studio em 1947) se perverteu em fórmula criadora de um tipo de ator que se limita a interpretar a si mesmo em repetitivos perfis de personagens estimulados pela linha de montagem de TV e estúdios de cinema, casos como esses se tornaram recorrentes. No caso da Globo, marcado por um tautismo (tautologia + autismo) crônico, essa “doença ocupacional” fica ainda mais evidente. Principalmente quando a reação tanto do ator quanto da cúpula da emissora foi idêntica: alheios às mudanças que ocorrem no “deserto do real” (empoderamento feminino, lutas por respeito, diversidade etc.) são pegos de surpresa e tentam dar respostas oportunistas. E a da Globo é a mais equizofrênica: diz respeitar as mulheres enquanto diariamente as submete a papéis subalternos em reality shows, telenovelas e propagandas de cerveja.  

terça-feira, janeiro 24, 2017

Globo virou black bloc

A Globo ainda tinha a tênue esperança de que delegados dissidentes do Colégio Eleitoral não ratificassem a vitória de Trump. Mas a cerimônia da posse e o discurso “porrada” do presidente arrasaram qualquer sonho dos ainda incrédulos correspondentes da emissora nos EUA. Mais eis que os esquecidos black blocs voltam a ação nas manifestações anti-Trump em Washington, tirando os analistas da emissora da depressão. Entusiasmada, a Globo News até reprisou o documentário sobre os black blocs exibido na época das manifestações de rua em 2013 no Brasil. Agora a Globo assume uma espécie de anarcotautismo: entrar na onda de turbinar as manifestações contra Trump, assim como fez nas manifestações anti-Dilma. Mas o tautismo crônico da sua bolha virtual não consegue perceber os movimentos do “deserto do real” que Trump representa: a crise do “neoliberalismo progressista” que sustenta a ordem da Globalização: o alinhamento perverso entre correntes dos movimentos sociais (feminismo, LGBT, antirracismo, multiculturalismo, entre outros), o setor de negócios baseados em serviços simbólicos e tecnológicos (Vale do Silício e Hollywood) e o capitalismo cognitivo representado por Wall Street e a financeirização.

quarta-feira, junho 02, 2021

Copa América no Brasil? A apropriação e ressignificação semiótica alt-right


Jornalistas e comentaristas da Globo indignados contra a Copa América no Brasil no Brasil, epicentro da pandemia na América do Sul. A mídia progressista viraliza vídeos de Casagrande e Luiz Roberto acusando de “torneio da morte”. Porém, os mesmos critérios também poderiam ser aplicados a dois “produtos” da Globo: Brasileirão e Copa do Brasil, com 92 delegações circulando pelo País. Bolsomínios apropriam-se dessa crítica à Globo, acusando a emissora de “hipocrisia”, reforçando o mote “Globolixo”. Estamos diante de um caso exemplar da estratégia semiótica da "direita alternativa" (alt-right): apropriação e ressignificação que paralisa a crítica progressista fazendo-a se aliar a uma emissora que supostamente é opositora ao Governo, mesmo com sua tática de morde-assopra (basta ver a cobertura do 29M). Mas não é uma mera “hipocrisia”: a guerra de bastidores que a Globo trava com a Conmebol e SBT reflete a “hipertelia” e “tautismo” da grande mídia - o destino de todos os sistemas tecnológicos. Enquanto isso, a esquerda viraliza os vídeos de comentaristas da emissora indignados, as folhas de parreira que encobrem a nudez da própria Globo. 

segunda-feira, novembro 07, 2016

Tautismo da Globo "prevê" resultado de sorteio de mando da final da Copa do Brasil


Repercutido nas redes sociais e dando a oportunidade para toda sorte de especulações, na semana passada o noticioso da Globo “Hora 1” "previu" o mando da partida final da Copa do Brasil, mais de 24 horas antes do sorteio público realizado na sede da CBF no Rio de Janeiro. E a Globo “acertou” o resultado – a finalíssima será em Porto Alegre. De jornalismo “de hipóteses”, a emissora passou para o jornalismo “de previsões”? Parajornalismo? Ou o tautismo (autismo + tautologia) da Globo, que atualmente contamina o jornalismo, telenovelas e esporte da emissora, banalizou-se? Ao ponto de ficção e realidade se confundirem com a própria descrição que a emissora faz de si mesma, levando a apresentadora Monalisa Perrone a espontaneamente externar o que já era corrente nos bastidores do jornalismo global. Seria para a Globo (dona do futebol brasileiro) a “previsão” mais conveniente a seus interesses políticos e comerciais? Principalmente depois do resultado das eleições em Belo Horizonte?

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