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sexta-feira, março 08, 2024

Do "gato de Schrödinger" à parapolítica no filme 'Infinitum: Subject Unkown'


O famoso experimento imaginário do “Gato de Schrödinger” proposto pelo físico quântico em 1935 incendiou a imaginação tanto literária quanto cinematográfica: mundos paralelos coexistindo no mesmo tempo-espaço. O filme experimental “Infinitum: Subject Unkown” (2021, disponível na AmazonPrime Video), feito em pleno lockdown da Covid em Londres com um Iphone por uma equipe remota, é mais um exemplo. Conecta Schrödinger com especulações de como todas as grandes potências mundiais têm trabalhado em universos paralelos e telecinesia por décadas - operações geopolíticas através da parapolítica. Uma mulher acorda em um sótão estranho, amarrada a uma cadeira, ela não tem ideia de onde está ou quem é. Está presa também em um loop temporal. Escapa e embarca em uma jornada por um mundo paralelo vazio, levando-a a um laboratório de pesquisa de ciência quântica no meio do nada. Um quebra-cabeças que terá que resolver para encontrar a verdade. Seja em que mundo for.

quinta-feira, fevereiro 29, 2024

'9 - A Salvação': de onde viemos? O que tornou o mundo do jeito que é?


Baseado no curta indicado ao Oscar em 2005, “9 – A Salvação” (9, 2009) foi lançado no dia 09/09/2009 para evocar a simbologia esotérica explorada pela animação. Dirigido Shane Arcker (talento descoberto por Tim Burton que produziu a animação), a crítica não entendeu muito bem o universo simbólico da história, reduzindo-o a um Wall-E sombrio. Nove pequenos bonecos de pano despertam em um mundo pós-apocalíptico no qual máquinas autorreplicantes dominam o planeta Terra arrasado, auxiliados por bestas metálicas que perseguem os pequenos heróis de pano que tomam consciência de serem prisioneiros naqueles cosmos hostil. Lutam para encontrar seu lugar no novo mundo enquanto tentam aprender sobre de onde vieram e o que aconteceu para tornar o mundo do jeito que ele é. Mais ou menos as mesmas perguntas básicas que todos nós fazemos a nós mesmos. A animação é repleta de alegorias ao misticismo dos bonecos e autômatos e à cosmogonia gnóstica.

quinta-feira, setembro 28, 2023

Turismo, provincianismo globalizado e morte no filme 'Um Efeito Ótico'


Seguindo a trilha do surrealismo do cinema de David Lynch, Charlie Kaufman e Spike Jonze, “Um Efeito Ótico” (Un Efecto Óptico, 2020, disponível na HBO Max), do diretor espanhol Juan Cavestany, vai ficando cada vez mais estranho e desafiador ao espectador na medida em que a narrativa avança. Um casal espanhol decide viajar para Nova York para “desconectar-se” do seu cotidiano. Após o embarque, começam a sentir que provavelmente a cidade não é aquela que a agência de turismo lhes vendeu. O que começa como uma crítica ao provincianismo globalizado que se tornou a experiência do turista na atualidade, aos poucos começa a transitar para uma atmosfera gnóstica: morte, cinema e a experiência da “tela mental”.

'Ninguém Vai Te Salvar': por que queremos acreditar em discos voadores?


Para Jung o fenômeno OVNI era arquetípico: se no passado procurávamos a salvação nos céus através do mito e da religião, agora, numa sociedade tecnológica e ateia, procuramos a mesma coisa através dos discos voadores. O filme “Ninguém Vai Te Salvar” (No One Will Save You, 2023) lembra essa tese junguiana o fazer um mix de duas visões que sempre foram opostas nas representações dos extraterrestres no cinema: ou são objetos fóbicos, ou pacifistas que tentam salvar a humanidade de si mesma. Um filme que é uma experiência cinematográfica: com apenas duas linhas de diálogo, apresenta uma história impulsionada exclusivamente pela ação e narrativa visual – uma jovem solitária que mora num casarão tenta resistir a uma invasão alienígena.

sábado, setembro 16, 2023

O mistério CosmoGnóstico da série 'Origem' faz microcosmo da condição humana


As narrativas CosmoGnósticas (protagonistas que se encontram prisioneiros em realidades artificialmente construídas ou acidentalmente criadas) estão deixando as telonas para ocupar as séries de TV. Um exemplo dessa tendência é “Origem” (From, 2022-), um candidato a pelo menos se equiparar a “Lost”, a série Cosmognóstica mais bem-sucedida – aplicando algumas fórmulas de “Lost”, “Origem” dá continuidade ao drama gnóstico de protagonistas presos em mundos que funcionam como microcosmos da condição humana. Um xerife caminhando por uma rua e tocando um sino que carrega em uma das mãos, avisando a todos para entrar nas suas casas antes de anoitecer, é a imagem indelével que abre a série – os mistérios de uma cidade em ruínas, aparentemente fora do tempo e espaço.

sexta-feira, julho 28, 2023

'Barbie' ou 'Barbieheimer'? Da bomba da informação à gnose de Barbie



Por que “Barbieheimer”? Porque é um fenômeno cultural previsto por Einstein: “o século XX criou três bombas: a informação, a populacional e a atômica”, disse o célebre físico. A boneca Barbie correspondeu às duas primeiras – através do marketing operou o controle populacional necessário para o futuro capitalismo financeiro. Mas estamos no século XXI e Barbie precisa ser reposicionada diante da opinião pública sensível às questões identitárias e de gênero. Assim como a franquia Lego no cinema, “Barbie” (2023) é um esforço mercadológico da Mattel para tentar criar uma feliz combinação entre a crítica de gênero da Barbie com o Capitalismo que a concebeu. Mas a diretora Greta Gerwig criou um subtexto existencial e gnóstico: a gnose de Barbie - deixa de ser uma boneca plástica e transcender os tons pastéis de um cosmos fabricado.

sábado, julho 15, 2023

Uma epidemia esotérica de espirais no filme 'Uzumaki'


Esta é para os cinéfilos amantes dos filmes estranhos: a produção japonesa “Uzumaki” (“Espiral”, 2000), do diretor Akihiro Higuchi (aka Higuchinsky), baseada em uma série de mangá. No auge do J-Horror de final de século, “Uzumaki” é um exemplar estranho: não há um monstro definido ou qualquer tipo de vilão aterrorizante. Tudo o que temos é uma espécie de epidemia de espirais: como os habitantes vão do fascínio inexplicável pela forma até o ponto em que o próprio corpo começa a se retorcer em espiral ou pessoas desenvolvem conchas de caracol em suas costas, começando a subir paredes e prédios. “Uzumaki” segue uma longa tradição simbólica da espiral no cinema, desde “O Mágico de Oz” – um símbolo de ondulação com intrincado significado esotérico e ocultista.

quinta-feira, junho 15, 2023

Chegamos sempre tarde no encontro com a vida no filme 'Já Era Hora'


A produção Netflix italiana “Já Era Hora” (Era Ora, 2022) é uma surpreendente comédia romântica, cujo argumento faz lembrar o clássico “O Feitiço do Tempo” e a comédia hollywoodiana “Click”: um workaholic, sem tempo para familiares e amigos, fica preso em um loop temporal no dia do seu aniversário, no qual ele sempre salta um ano no futuro. Busca uma saída para não perder aqueles que mais ama, enquanto percebe que, a cada salto, sua vida profissional é cada vez mais bem-sucedida. Uma comédia surpreendente porque o drama tragicômico do protagonista ecoa algumas reflexões do filósofo italiano Giacomo Marramao sobre o fenômeno moderno da “hipertrofia das expectativas”: a sensação de sempre estar chegando demasiadamente tarde no encontro com a vida.

quinta-feira, março 30, 2023

Sangue, areia e Lovecraft no filme 'The Outwaters'



Quatro jovens vão ao deserto no Oeste americano para gravar um videoclipe. E lá encontrarão o horror cósmico lovecraftiano. A produção independente "The Outwaters" (2022) mergulha no universo simbólico de um dos arquétipos mais recorrentes na produção cultural: O Deserto, ambíguo na tradição religiosa e esotérica, mas unívoco na mitologia contemporânea: a condição humana gnóstica de exílio, alienação e estranhamento. Além do filme fazer uma metalinguagem de um gênero que já é em si metalinguístico: o “found footage”. “The Outwaters” acompanha o terror minimalista ao estilo do filme “Skinamarink” ao oferecer poucas explicações para o espectador. Um filme para cinéfilos amantes dos filmes estranhos: sangue, areia e Lovecraft.

quarta-feira, janeiro 25, 2023

A cultura pop gnóstica japonesa no filme 'Tag'


Animes, mangas, filmes e romances japoneses, repletos de gritantes gráficos coloridos e ações com temas fantásticos e futuristas, são tão desapegados das regras hollywoodianas ocidentais que permitem aos autores mergulhos profundos na psicologia e mitologia. Claro, sempre numa perspectiva pop. Um campo que facilmente absorve o esoterismo gnóstico, que melhor representa mundos distópicos violentos e ciberpunks catárticos.  “Tag” (2015), de Sion Sono, é um bom exemplo: baseado em um romance popular que gira em torno de meninas colegiais que se tornam presas de professores e de um híbrido humano-porco em um mundo sem homens. Tudo isso enquanto são objetificadas para algum olhar masculino onipresente: seria o de um Demiurgo? Do espectador? Ou do próprio diretor? Mitologias clássicas gnósticas do Demiurgo, de almas decaídas, do Salvador e do Divino Feminino narradas em toda glória da cultura pop japonesa. 

quarta-feira, outubro 12, 2022

Melancolia e Resignação identitária no filme 'Não Se Preocupe, Querida'


Certa vez o pensador francês Jean Baudrillard falou que o filme “Matrix” era uma produção que a própria Matrix faria sobre si mesma. Algo parecido poderíamos dizer de “Não Se Preocupe, Querida” (Don't Worry Darling, 2022): um filme que a própria Era Joe Biden faria para si mesma. Segundo longa-metragem dirigido por Olivia Wilde, a crítica vem definindo-o como um mix de “Mad Men” com “Corra”. Acrescentaríamos mais: lembra um “Show de Truman”, porém com a melancolia e resignação da agenda identitária bancada pelos “novos democratas” do neoliberalismo progressista: Capitalismo? Ok! Desde que gerido não mais por homens sexistas e misóginos. Acompanhamos Alice, uma dona de casa em um subúrbio idílico sob o sol da Califórnia do sonho americano da década de 1950. Tudo é perfeito, com elegantes maridos que voltam do trabalho e festas incríveis regadas a martini. Enquanto as mulheres sabem muito bem qual é o seu lugar numa sociedade machista. Tudo é tão perfeito e hiper-real que algo parece estar muito errado. Esse será o buraco da toca do coelho no qual Alice entrará para encontrar uma estranha realidade.

quinta-feira, junho 09, 2022

Filme "Círculo": da Bíblia aos jogos mortais midiáticos Deus quer ver o pior de nós


No cânone religioso judaico-cristão a Criação é divina e perfeita. Mas o homem estragou tudo com a sua natureza pecadora. Expulso do Paraíso terrestre, o Criador passou a testar o homem em provas arbitrárias para testar a sua fé para ver se, finalmente, a humanidade conseguia expiar a natureza pecadora. A Bíblia fez esses relatos. Hoje, temos no seu lugar filmes e gêneros audiovisuais (reality shows, vídeos de “pegadinhas” etc.) cujo entretenimento é assistir incautos prisioneiros em jogos mortais que arrancam o pior de nós mesmos. O filme “Círculo” (Circle, 2015 – disponível no Netflix) é mais um filme de uma longa lista desse subgênero, dessa vez cruzando abdução alien com um jogo mortal: 50 estranhos despertam em um quarto escuro, dispostos em círculo. Qual o objetivo do experimento? Existe alguma saída? Eles devem tentar cooperar ou competir com os homens e mulheres ao seu redor? Ou é apenas um entretenimento alienígena voyeur e sádico, divertindo-se com o pior da nossa natureza?

quarta-feira, março 30, 2022

Os zumbis são espelhos dos vivos em 'Os Mortos Não Morrem'


O planeta sai do eixo devido a uma exploração geológica predatória no Polo Norte. O dia e noite começam a mudar instantaneamente. Os animais fogem ou enlouquecem. Mas na pequena cidade de Centerville todos ignoram, imersos em que estão na sua pacata rotina. Até que os mortos ressuscitam, transformados em zumbis. Mas eles não querem apenas comer os vivos: querem voltar a consumir produtos e objetos de que gostavam quando eram vivos. Essa é a comédia de humor negro de Jim Jarmusch “Os Mortos Não Morrem” (The Dead Don’t Die, 2019), um filme político e espiritualmente amargo: retoma o simbolismo político original de George Romero em “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968) para dar uma complementação existencial gnóstica: e se nos formos como os mortos-vivos, vagando pela Terra sonolentos e arrastados?

quarta-feira, março 23, 2022

Gnosticismo e o zeitgeist de final de milênio na série "Feria: Segredos Obscuros"


O final do milênio criou um zeitgeist que parecia despertar crenças milenaristas medievais: seitas esotéricas ou ocultistas, envolvendo suicídios coletivos, começaram a pipocar em várias partes do mundo. E na cultura pop, Nostradamus e profecias sobre o fim do mundo (inclusive o Y2K, o “bug do milênio”) estavam em alta. Não foi por acaso que as mitologias gnósticas chegaram ao mainstream hollywoodiano, consolidando o gnosticismo pop em filmes como “Show de Truman” e “Matrix”. É neste espírito de final do século XX que se inspira a série Netflix espanhola “Feria: Segredos Obscuros” (2022). Em 1995, uma pequena cidade é atingida por um evento inexplicável: 23 pessoas aparecem mortas junto a uma antiga mina, envolvendo algum tipo de seita ocultista. Repleta de alusões ao Gnosticismo, a série tenta combinar a mitologia gnóstica com todos os tropos dos filmes sobre seitas e cultos: sacrifícios de sangue, sexo ritual, morte, portais interdimensionais etc. E até uma metáfora política do regime franquista na Espanha.

quarta-feira, março 16, 2022

O quebra-cabeça da manipulação tecnocientífica da memória no filme "Ultrasound"


Apesar da identidade ser estável e perene, ela é baseada em sensações frágeis e lábeis que constituem interpretações muito pessoais da nossa verdade: as memórias. É esse paradoxo do psiquismo que se torna o ponto fraco de qualquer manipulação mental. Principalmente por ferramentas tecnocientíficas. Pior ainda se tiver por trás corporações ou governos. “Ultrasound” (2021) é um quebra-cabeça ao estilo de Christopher Nolan em “Amnésia” ou “Inception” que ecoa as conspirações do Deep State da Guerra Fria (e parece que estamos de volta!) de projetos como MK-Ultra e Blue Bird de manipulação mental. O início do labirinto começa com um homem que, numa noite chuvosa, é obrigado a abandonar o carro com pneus furados e pedir ajuda numa casa. Lá encontra um casal amigável e prestativo... mas lembre que em “Psicose”, Norman Bates também era...

sexta-feira, janeiro 07, 2022

Luto e a gnose na experiência quase-morte em 'A Casa Sombria'


Dentro do campo da Cinetanatologia (o estudo das representações da morte no cinema), narrativas sobre as experiências de quase-morte (EQM) são recorrentes no século XXI, principalmente a gnose pós-morte – a conquista da lucidez na situação imersiva em ilusões criadas pela tela mental, demiúrgico ardil para nos manter ainda presos nesse mundo. Mesmo na morte. "A Casa Sombria" ("The Night House", 2020) é um exemplo de uma narrativa que consegue elevar a clássica estória de casa mal-assombrada à discussão da gnose pós-morte. O choque do inexplicável suicídio do marido repercute um antigo episódio de EQM na adolescência da protagonista. Luto e raiva pelo marido ter a abandonado daquela maneira proporciona ao espectador tanto uma narrativa psicológica simbólica (a batalha de não deixar o luto tomar conta de nossa mente), quanto gnóstica: confrontar aquilo que está por trás dos relatos “new age” das EQM - o Nada.

quinta-feira, dezembro 30, 2021

'Matrix Resurrections' faz narrativa cyberpunk em abismo respondendo a crítica e extrema-direita


Três coisas incomodaram as irmãs Wachowski após a “Trilogia Matrix” (1999-2003): a crítica frontal do pensador francês Jean Baudrillard (uma das fontes de inspiração da Trilogia) de que “Matrix é o filme que a Matriz teria sido capaz de produzir”; a apropriação da extrema-direita dos simbolismos de “Matrix”; e as intromissões da Warner Bros na produção do filme. Por isso, Lana Wachowski retomou para si a narrativa de Matrix na continuação “Matrix Resurrections” (2021), não só recriando o clássico universo cyberpunk, mas tornando-o ainda mais complexo na chamada "narrativa em abismo": muita metalinguagem e autorreferências: um filme dentro de um game de computador criado pela empresa que na verdade é o estúdio que produziu o filme que assistimos. Além de atualizar a mitologia gnóstica original (do CosmoGnóstico ao PsicoGnóstico), Lana fugiu da crueza esquemática de 1999 (Matrix versus deserto do real) para mergulhar na complexidade do mix hiper-real da ficção com a realidade. Incorporou as críticas de Baudrillard, além de tentar blindar o filme de quaisquer apropriações reacionárias através de uma narrativa ambígua. 

sexta-feira, dezembro 10, 2021

'Nine Days': por que as almas precisam nascer na Terra?



Por que as almas precisam nascer na Terra, e iniciar a jornada do berço ao túmulo? O diretor e roteirista brasileiro Edson Oda faz um drama metafísico e humanista, que lida com a pré-existência da alma no seu filme “Nine Days” (2020). Um seletor de almas minucioso tem a difícil tarefa de, em nove dias, entrevistar diversos candidatos num processo seletivo: uma delas preencherá a “vaga”: uma vida na Terra. Através de diversos jogos mentais, dilemas morais e situações hipotéticas, os candidatos passarão por rígidos testes. O que significa estar vivo? Como podemos apreciar a vida enquanto estamos aqui? É mesmo possível? São questões que para o próprio entrevistador são difíceis, enquanto observa por monitores de TV as vidas das almas selecionadas na Terra. 

terça-feira, novembro 30, 2021

A gnose na tela mental pós-morte no filme "Perdidos na Escuridão"



Muitos falam que no momento da morte a vida passa diante de nossos olhos. Isso pode ser mais do que uma metáfora: e se nos perdermos em nossas próprias memórias através de um mecanismo de negação, confundindo alucinação com realidade, memórias falsas e vívidas? O filme “Perdidos na Escuridão” (Wander Darkly, 2020) aborda esse tema PsicoGnóstico de como a morte pode se tornar uma matrix que nos aprisiona em uma tela mental de cacos de memórias que não conseguimos mais juntá-las. Depois de um acidente de carro, um jovem casal que vivia um relacionamento em crise, tenta reconstituir a verdadeira linha do tempo das suas memórias. Uma viagem através de todos os estágios do luto – negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.

sábado, outubro 30, 2021

Cinetanatologia: imagens do pós-morte no cinema falam mais dos vivos do que dos mortos



Sabemos o que é morrer, mas nada sabemos sobre o que vem depois. A não ser testemunhos de supostos espíritos ou as controversas experiências de quase-morte tão estudadas por médicos, psiquiatras e neurocientistas. Mas há também as representações do cinema e audiovisual. Uma verdadeira “Cinetanatologia” na qual fala-se muito menos do Grande Além e muito mais das mazelas do mundo dos vivos – as representações fílmicas do pós-morte seriam verdadeiros sismógrafos das ansiedades ou temores de cada época, criando modelos diferentes de “céus” ou “infernos”: de representações objetivas a solipsistas. Porém, o século XXI revela uma mudança nas representações: deixa de ser um momento conclusivo ou de passagem para algo totalmente outro, tornando-se um evento absolutamente banal – continuação da mesma banalidade de quando éramos vivos. Ou uma prisão cósmica de multiversos quânticos e de inspiração gnóstica.

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