sexta-feira, outubro 13, 2023
Guerra Israel X Hamas: Netflix, guerra híbrida e a invenção do terrorismo islâmico
terça-feira, janeiro 10, 2023
A invasão de Brasília não aconteceu
sexta-feira, novembro 18, 2022
Grau Zero da Política e Reset do Capitalismo mostram as garras para Lula
Bolsa derrete! Dólar sobe! De onde vai sair o dinheiro da PEC da Transição?”. Grande mídia mostra as garras e repete um velho script, vinte anos depois da primeira posse de Lula. Afinal, por que todo “freak out” depois de Lula ter sido arrastado para o segundo turno para que sua vitória tivesse um alto custo semiótico (como acompanhamos nesse momento)? Não deu tudo certo? Depois de dois mandatos, ele não seria o presidente mais previsível dos últimos anos? A verdade está em outra cena, muito além da espuma midiática. “Teto de Gastos”, “Responsabilidade Fiscal” ou as pragas do Egito das bolsas derretendo, dólar e inflação subindo são apenas racionalizações de algum imperativo mais estrutural. Imperativo que envolve a sinergia de dois fatores: o “Grau Zero da Política” e o chamado “Grande Reset do Capitalismo”.
sexta-feira, outubro 21, 2022
Perdemos a capacidade de enunciar o Mal em 'Speak No Evil'
Discursos sobre a superioridade moral do Bem nos cercam. As ideias de progresso, Democracia, positividade, racionalidade etc. criam uma sociedade asséptica, profilática, no qual a morte e a violência foram embranquecidas. Tornando-nos impotentes e vulneráveis à presença do Mal. O Mal existe porque o permitimos, ao nega-lo, seja no campo do micro-orgânico ao macropolítico. Esse é o subtexto do filme dinamarquês “Speak No Evil” (2022): uma família de classe média alta dinamarquesa, culta, polida e politicamente correta, aceita o convite de uma família holandesa que conheceu nas férias. O que poderia dar errado num idílico final de semana numa casa rural? Tudo! Quanto mais educados tentam ser diante de anfitriões que se tornam cada vez mais desagradáveis e manipuladores, mais o Mal começa a se impor. Revelando como nossa sociedade asséptica gera a própria virulência, impotente diante da presença do Mal.
quarta-feira, outubro 12, 2022
Melancolia e Resignação identitária no filme 'Não Se Preocupe, Querida'
Certa vez o pensador francês Jean Baudrillard falou que o filme “Matrix” era uma produção que a própria Matrix faria sobre si mesma. Algo parecido poderíamos dizer de “Não Se Preocupe, Querida” (Don't Worry Darling, 2022): um filme que a própria Era Joe Biden faria para si mesma. Segundo longa-metragem dirigido por Olivia Wilde, a crítica vem definindo-o como um mix de “Mad Men” com “Corra”. Acrescentaríamos mais: lembra um “Show de Truman”, porém com a melancolia e resignação da agenda identitária bancada pelos “novos democratas” do neoliberalismo progressista: Capitalismo? Ok! Desde que gerido não mais por homens sexistas e misóginos. Acompanhamos Alice, uma dona de casa em um subúrbio idílico sob o sol da Califórnia do sonho americano da década de 1950. Tudo é perfeito, com elegantes maridos que voltam do trabalho e festas incríveis regadas a martini. Enquanto as mulheres sabem muito bem qual é o seu lugar numa sociedade machista. Tudo é tão perfeito e hiper-real que algo parece estar muito errado. Esse será o buraco da toca do coelho no qual Alice entrará para encontrar uma estranha realidade.
sexta-feira, agosto 19, 2022
Vai ter golpe? A História jamais será transmitida ao vivo pela TV
quarta-feira, abril 06, 2022
Massacre de Bucha repete não-acontecimento dos 'Ossários de Timisoara' de 1989
Todo o hype atual em torno das fake news parece ocultar algo mais pernicioso: os não-acontecimentos – eventos em que a informação se confunde com a fonte, tornando sem sentido a diferença entre verdade e mentira. Os “Ossários de Timisoara”, 1989, escândalo das imagens de centenas de mortos, montadas para a necrofilia televisiva e que levou ao desfecho da Revolução Romena, foi a mãe de todos os modernos não-acontecimentos, das guerras às revoluções híbridas. O “Massacre de Bucha” é mais uma não-acontecimento, com o seu timing, inconsistências, canastrice ficcional e, como sempre, um evento cuja verossimilhança não resiste a uma simples pergunta: quem ganha?
quinta-feira, dezembro 30, 2021
'Matrix Resurrections' faz narrativa cyberpunk em abismo respondendo a crítica e extrema-direita
Três coisas incomodaram as irmãs Wachowski após a “Trilogia Matrix” (1999-2003): a crítica frontal do pensador francês Jean Baudrillard (uma das fontes de inspiração da Trilogia) de que “Matrix é o filme que a Matriz teria sido capaz de produzir”; a apropriação da extrema-direita dos simbolismos de “Matrix”; e as intromissões da Warner Bros na produção do filme. Por isso, Lana Wachowski retomou para si a narrativa de Matrix na continuação “Matrix Resurrections” (2021), não só recriando o clássico universo cyberpunk, mas tornando-o ainda mais complexo na chamada "narrativa em abismo": muita metalinguagem e autorreferências: um filme dentro de um game de computador criado pela empresa que na verdade é o estúdio que produziu o filme que assistimos. Além de atualizar a mitologia gnóstica original (do CosmoGnóstico ao PsicoGnóstico), Lana fugiu da crueza esquemática de 1999 (Matrix versus deserto do real) para mergulhar na complexidade do mix hiper-real da ficção com a realidade. Incorporou as críticas de Baudrillard, além de tentar blindar o filme de quaisquer apropriações reacionárias através de uma narrativa ambígua.
quinta-feira, setembro 16, 2021
Temer dá continuidade ao blefe da 'Operação 7 de Setembro'
O show deve continuar. Dando continuidade ao blefe da “Operação Sete de Setembro” entra em cena o “apaziguador” Michel Temer com direito a fotos do seu embarque triunfal para Brasília em avião da FAB, vídeo “vazado” e notas cuidadosamente plantadas nas colunas da imprensa corporativa. O mininistro do STF Alexandre de Moraes “trocou uma ideia” com Temer, que “trocou uma ideia” com Bolsonaro, que “trocou uma ideia” com Alexandre de Moraes. Dessa maneira, Temer nos livrou do abismo do golpe para o qual Sérgio Reis, Zé Trovão e Batoré arrastavam a Nação. Como, no futuro, um professor de História conseguirá descrever esse melodrama tão inverossímil? Uma sequência de não-acontecimentos (dos blefes com dinheiro público ao estado da arte de um vídeo canastríssimo) que a grande mídia deu pernas, parceira das operações psicológicas que objetivam: (a) apagar rastros das próprias PsyOps militares; (b) criar a ilusão de que as “instituições que funcionam resistem ao golpe” (que já ocorreu, mas foi híbrido); (c) manter o ciclo vicioso de volatilidade política para as “sardinhas” se afogarem no mar da especulação financeira infestada de “tubarões” com informações privilegiadas.
terça-feira, julho 06, 2021
Visita do chefe da CIA no Brasil foi um não-acontecimento
Quando o “número um” da CIA visita o País, ainda mais com toques de surpresa e segredos num momento de fervura política, o chão estremece: “um espectro ronda a América Latina!”, “planejam assassinar Nicolas Maduro!”, “Bolsonaro ameaça um golpe contra a Democracia!”, e por aí vai. O problema é que o que enxergamos é o que a mídia (seja corporativa ou progressista) cobre. Porém, a importância simbólico-tática da “visita” está em outra cena: não a cena do foco das câmeras, mas a do não-acontecimento: A CIA quando aparece não age, quando age não aparece e só aparece depois. Como ocorre agora, visando diversos objetivos de guerra híbrida. O principal: apagar os rastros das psyOps que conduziram a um golpe militar que já aconteceu e ninguém viu. Por quê foi híbrido.
terça-feira, maio 11, 2021
Filme 'Titã': a patafísica tecnológica como sintoma do nosso tempo
“Titã” (“The Titan”, 2018) é um dos piores filmes que este humilde blogueiro já assistiu, com sérios problemas com o princípio básico de qualquer roteiro: verossimilhança e suspensão da incredulidade. E com um ator protagonista tão inexpressivo que os diretores insistem em transformá-lo em híbrido ou alienígena. Um filme destinado a ficar aninhado naquela lista do Netflix “Por que você assistiu...”. E por que este Cinegnose se interessou pela produção? “Titã” revela um sintoma do espírito do nosso tempo: o momento em que a tecnologia se torna tão hipertrofiada e invasiva que acaba inviabilizando as próprias finalidades para as quais surgiu para cumprir, cruzando um “vanish point”. É a patafísica dos sistemas, quando a tecnologia se torna non sense: a “hipertelia”. O nosso planeta está acabando. Temos que fugir para uma das luas de Saturno chamada Titã. Como salvar a humanidade? Resposta patafísica: deixando de ser humanos!
quinta-feira, abril 01, 2021
Crise militar de Bolsonaro é a bomba semiótica do não-acontecimento
Desde que a Inteligência militar brasileira emulou a teoria da Guerra Híbrida dos think tanks dos EUA, traduzindo como “guerra cultural” e “operações psicológicas” (ironicamente citando pensadores como Jean Baudrillard e Umberto Eco em artigos de revistas do meio militar) acabou criando o principal protagonista político nesse século: o Partido Militar. Por isso, é absolutamente ridícula a narrativa que a grande mídia criou sobre a “crise” (na verdade, estratégia de dissonância cognitiva da guerra semiótica militar, um não-acontecimento) provocada pela “queda” do ministro da Defesa e dos comandantes das três Forças Armadas. A grande mídia liberta fantasmas e espantalhos que saem de buracos e armários numa espécie de nostalgia vintage (64’s style) da suposta ameaça de golpes ou quarteladas provocadas pelo suposto conflito entre Forças Armadas legalistas versus Bolsonaro golpista. Alguém tem que avisar aos analistas que vivem de notícias plantadas e “vazamentos” que o golpe militar já ocorreu, e não foi televisionado. Por quê? Porque foi um golpe híbrido.
segunda-feira, março 22, 2021
'Trem do Funk': bomba semiótica expõe hipocrisia da cobertura midiática da pandemia
Na pandemia não podemos aglomerar por diversão, mas podemos apinhar no transporte público para trabalhar... claro, seguindo todos os “protocolos”. Então, se só podemos aglomerar em trens e ônibus, que tal uma balada no transporte público? Uma bomba semiótica do tipo autoignição (de combustão espontânea) foi detonada pelo “Trem do Funk da Antiga”, flash mob em um vagão dos trens da Supervia, Rio de Janeiro. Muita bebida, DJ e a maioria sem máscara. Mas com uma astúcia irônica que expôs a hipocrisia da cobertura midiática da pandemia: uma narrativa moralista na qual se expor no transporte público para trabalhar é moralmente mais correto do que para se divertir. Aglomerar para beber, dançar e ouvir música é ilegal porque não produz mais-valia, como em ônibus e trens apinhados diariamente levando gente ao trabalho. As massas não são nem sujeito nem objeto. São ardilosas. A comunicação da esquerda deveria aprender um pouco com essas bombas semióticas espontâneas.
sexta-feira, março 12, 2021
O real, o imaginário e o simbólico no xadrez da guerra semiótica da "libertação" de Lula
O quê mudou na correlação de forças para que Fachin anulasse as condenações de Lula. As ruas estão tomadas de protestos contra o governo como no Paraguai? Estamos à beira da sublevação das massas? Caminhoneiros estão à beira da paralisação nacional? Nada. Acompanhamos apenas a realização da profecia do ministro Lewandowski feita em 2014: “o século XXI é o século do Poder Judiciário”. É a judicialização da política, até aqui o principal vetor dos movimentos políticos para manter esquerda e oposições no torniquete, com a estratégias híbridas de movimento em pinça e controle total de espectro. Dentro do consórcio com a grande mídia, a “libertação” de Lula forma o xadrez da guerra semiótica que deve ser compreendida em três níveis: o real, o imaginário e o simbólico.
quinta-feira, fevereiro 25, 2021
'Wokexploitation' e tautismo são ciladas do BBB21 na guerra semiótica
Poucos lembram que o reality show “Big Brother” foi inspirado num experimento científico mal sucedido de 1992 chamado Biosfera 2: oito “tripulantes” confinados numa estrutura isolada do exterior monitorados 24 horas por câmeras, tendo que retirar ar e alimentos dos animais e vegetais daquele meio ambiente simulado. Porém, baratas (muitas baratas!) e ervas daninhas acabaram com tudo. Mas o que foi fracasso vira oportunidade na versão midiática do experimento: a “ecologia maléfica” vira “wokexploitation”: saem baratas e entram as mazelas sociais e humanas como show. Todos os lados do espectro político tentam tirar alguma lição das eliminações (como a rejeição recorde de Karol Konká). Porém o BBB é mais bem sucedido do que foi o Biosfera 2: criou um sistema tautista (tautologia + autismo midiático) onde nenhuma máscara cai ou lição moral é ensinada, tornando-se apenas um dispositivo de sequestro de pauta para, principalmente, a esquerda cair. A única coisa real no BBB é a ecologia maléfica colocada a serviço da guerra semiótica.
sexta-feira, fevereiro 12, 2021
A solidão do Universo simulado no documentário 'A Glitch in the Matrix'
sexta-feira, outubro 09, 2020
Trump e Bolsonaro desconstroem a lógica do Papai Noel na Propaganda
Até aqui as estratégias de comunicação da chamada “direita alternativa” vêm sendo bem-sucedidas. Fala-se muito no poder de eleições viciadas, cheias de aplicativos, robôs e fake news com postagens automáticas em grupos de Whatsapp e mineração de dados pessoais de usuários de redes sociais. Porém, essas ferramentas somente são potencializadas através de uma deliberada desconstrução do campo da Política. Principalmente de duas instituições que são a alma dessa esfera pública: a Propaganda e a Publicidade – através de discursos hiperbólicos cheio de pegadinhas e iscas para jornalistas fisgarem, desconstrói o seu núcleo: a “Lógica do Papai Noel”. A eficácia da Propaganda e Publicidade sempre esteve muito menos na persuasão e muito mais na fábula e adesão. Trump e Bolsonaro ridicularizam não apenas a política, mas a própria Propaganda ao expô-la como uma piada. Um exemplo: a forma proposital como o presidente expõe os currículos fraudados de seus indicados.
segunda-feira, maio 11, 2020
O churrasco da morte e o jet ski: os abismos superficiais da guerra criptografada
quarta-feira, dezembro 18, 2019
No décimo aniversário do Cinegnose, o Top 10 dos filmes gnósticos de 2019
Esse é um aniversário especial: o Cinegnose completa nesse mês uma década no ar! Foram dez anos de evolução em três fases bem distintas – primeiro, como um site sobre Gnosticismo (filmes e filosofia gnósticas); segundo, como um site Gnóstico (desenvolvendo um “olhar gnóstico” sobre cultura, mídia, cinema e audiovisual); e na fase atual, um olhar gnóstico mais amplo se estendendo para os aspectos políticos da comunicação e crítica midiática. Fase atual e controvertida cuja atmosfera de polarização no País atingiu em cheio o Cinegnose, com a perda de muitos leitores que questionaram a “politização” de um blog sobre cinema. Comemorando essa primeira década, o Cinegnose apresenta o Top 10 dos melhores filmes gnósticos que passaram pelo radar do blog em 2019. São filmes PsicoGnósticos, TecnoGnósticos, CosmoGnósticos e CronoGnósticos.
domingo, dezembro 01, 2019
Curta da Semana: "Black Friday": como salvar-se do Marketing do Apocalipse?