terça-feira, junho 28, 2016

Cinegnose discute no Rio formas do Cinema escapar da caverna de Platão


O cinema é um dispositivo que descende diretamente o Mito da Caverna de Platão. Partilha da construção da irrealidade do mundo, mas também pode ser uma porta da saída dessa caverna por meio da criação do “acontecimento comunicacional” que induza a estados iluminados ou alterados de consciência. E que, por fim, favoreça a “gnose”. Essa foi a conclusão final da jornada que esse humilde blogueiro participou ministrando palestra e workshop no Rio de Janeiro nessa última sexta e sábado. Realizados na Casa da Ciência da UFRJ e na livraria Estação das Letras, e organizados pelo Coletivo Transaberes, tive a oportunidade de apresentar um amplo painel dos diversos renascimentos do Gnosticismo nas ciências, artes e literatura, até o momento atual do Gnosticismo Pop hollywoodiano. É mais uma forma de aumentar o véu da ilusão, mas também abre fissuras por onde podemos escapar.

domingo, junho 26, 2016

A paranoia gnóstica no filme "Luciferous"


O projeto cinematográfico de um casal rodado em seu próprio apartamento em Toronto, Canadá. Junto com sua pequena filha, uma família real atua como uma família ficcional em um suposto "found footage" (vídeo achado como se fosse real) encontrado e anexado como prova das investigações de um crime que aconteceu. Mas essa é uma sinopse simplista (apenas uma versão) do filme Luciferous (2015) onde uma família real é manipulada por alguma força sobrenatural que parece atuar no apartamento, levando a família a uma lenta desintegração. O filme explora temas gnósticos clássicos como a paranoia, memória e a confusão entre ilusão e realidade. O que torna tanto os protagonistas como os espectadores em detetives que tentam compreender as pistas falsas e estranhas metalinguagens ao longo do filme. Assim como no arquétipo contemporâneo do Detetive, a resolução do enigma pode se voltar contra o próprio detetive que tenta achar a verdade. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.

Gnostic paranoia in the film "Luciferous"


A cinematographic project produced by a couple, who shot the film in their own apartment in Toronto, Canada. Along with their little daughter, a real family acts as a fictional family in a so-called “Found Footage” film... (using video footage that appears to be real), found and attached as evidence of a crime investigation. But this is a simplistic synopsis (only one version) of the film Luciferous (2015) where a real family is manipulated by a supernatural force that appears to exist in their apartment, one that slowly tears the family apart. The film explores classic Gnostic topics such as paranoia, memory and confusion between illusion and reality... turning both actors and film viewers into detectives who try to understand the false clues and strange metalanguages throughout the film. As is the case for the contemporary archetype of the Detective, the act of solving the puzzle can lead to an attack on the detective himself, the one who tries to seek the truth. The film was suggested by our reader Felipe Resende.

terça-feira, junho 21, 2016

Nesta semana Cinegnose discute o filme gnóstico no Rio de Janeiro


Está chegando o dia. A convite do Coletivo Transaberes, esse humilde blogueiro fará palestra e workshop no Rio de Janeiro na próxima sexta e sábado, dias 24 e 25. Serão discutidas as conexões entre a mitologia gnóstica e a produção cinematográfica atual, além das implicações culturais e científicas da crescente presença do Gnosticismo no imaginário contemporâneo. Na sexta a palestra “Cinegnose: Cinema e Gnosticismo” será na Casa da Ciência, e no sábado acontece o workshop O cinema secreto: implicações culturais e científicas do Gnosticismo no Cinema” na Estação das Letras.

sábado, junho 18, 2016

Tudo está à venda no filme "Huckabees - A Vida é uma Comédia"


Quando lançado foi desprezado como uma enorme baboseira pretensiosa e cheia de diálogos sem sentido. Doze anos depois, “Huckabees – A Vida é uma Comédia” (2004) ganha sentido e atualidade e vale à pena ser revisto. Além de mostrar como é possível aliar entretenimento com uma séria discussão filosófica, o filme faz uma surreal metáfora da vida como uma grande loja de departamento onde tudo está à venda – da doença até o suposto remédio que iria nos curar com a paz de espírito. Como a esquizofrênica imagem da rede de lojas Huckabees (vende ao mesmo tempo consumismo e mensagens ecologicamente responsáveis) contamina a vida dos protagonistas que buscam soluções possíveis: ou a melancolia e pessimismo ou a fé nas imagens de sucesso. Mas outros vendedores aparecerão para lhes oferecer conforto no mercado filosófico: aristotélicos, sofistas e céticos.

terça-feira, junho 14, 2016

Massacre em Orlando também não aconteceu


Há pouco mais de seis meses o “Cinegnose” afirmava que o atentado à casa de show Bataclan em Paris não havia acontecido. O mesmo agora ocorreu com o massacre na casa noturna LGBT Pulse, em Orlando, EUA. Claro que essa afirmação é uma alusão à tese do filósofo francês Jean Baudrillard de que eventos atuais como o atentado ao WTC em 2001 não “acontecem” por serem eventos prioritariamente destinados ao impacto no contínuo midiático. Pelas recorrências presentes nesses atentados (sincronismos, coincidências etc.), deixam de ser eventos “históricos” para tornarem-se narrativas que confirmam agendas de Estado e pautas prontas das redações da grande mídia. Em todos esses eventos repetem-se os mesmos “plots”: a mitologia do “lobo solitário” que era velho conhecido da inteligência; estranhas ligações com o governo; o suicídio (variando com a execução do atirador); depoimentos contraditórios; exercícios de simulação nas proximidades do atentado; além de pistas deixadas na cultura pop.

domingo, junho 12, 2016

Curta da Semana: "O Homem na Multidão" - Allan Poe se encontra com física quântica


O homem da multidão do conto de Edgar Allan Poe se encontra com o paradoxo quântico da famosa experiência do gato de Schrödinger de 1935. É o curta “O Homem na Multidão”, adaptação do conto original de Allan Poe feita pelo trio de alunos Aderbal Machado, Ricardo Vos e Vitória Silva. O curta foi o resultado do trabalho de conclusão da disciplina Estrutura de Roteiros ministrada por esse humilde blogueiro na Universidade Anhembi Morumbi no curso de Produção Editorial em Multimeios. Um curta enigmático e estranho, com uma pitada de Gnosticismo onde o encontro somente é possível no estado de consciência suspensa entre a vida e a morte.

sábado, junho 11, 2016

Pequeno manual de guerrilha antimídia (2): pegadinhas e trolagens


O jornalista Pedro Bial rugindo de quatro no chão, junto com outros “pacientes” numa sessão de terapia de um “famoso psicólogo” que depois revelou-se falso – um artista plástico norte-americano especialista em “pegadinhas” para desmoralizar a mídia; links ao vivo da TV Globo sendo invadidos por ativistas gritando “ Fora Temer!” ou “Globo golpista!”; falsas mobilizações convocadas na Internet para enganar jornalistas em Portugal. Estamos no campo das guerrilhas antimídia, guerra semiótica de contra-comunicação através de táticas como “ media prank” (“pegadinhas”) ou “cultural jamming” (“trolagens”). Depois que o atual sistema político-partidário for implodido pelo complexo jurídico-midiático (ministérios públicos+Judiciário+Globo) restará às esquerdas não apenas as ruas, mas a oportunidade de sistematizar guerrilhas semióticas contra o ponto fraco da nova hegemonia: a grande mídia.

segunda-feira, junho 06, 2016

Curta da Semana: "ZZZZZZZ" - sonhos e as múltiplas realidades quânticas


Um casal perambula pelas ruas na madrugada como fossem sonâmbulos. Mas aos poucos vão ganhando vida ao experimentar visões, sons e sensações. Durante o dia são solitários, mas nos sonhos se encontram e tentam enviar algum tipo de sinal para a “realidade”. Esse é curta “ZZZZZZZ” (2013) de Tarik Karam, com um argumento que se aproxima da discussão atual onde filósofos e psicólogos tentam aproximar a questão dos sonhos da hipótese da “Interpretação dos Muitos Mundos” (MWI) derivada da mecânica quântica: os sonhos seriam simulações contra-factuais de nossos homólogos em mundos alternativos? Cada evento nesse mundo poderia criar diversas ramificações possíveis e poderíamos estar sonhando com cada uma delas. Ou nós somos os sonhos de cada um desses mundos.

domingo, junho 05, 2016

Cinegnose faz palestra e workshop sobre Cinema e Gnosticismo no Rio de Janeiro


A convite do Coletivo Transaberes, esse humilde blogueiro fará palestra e workshop no Rio de Janeiro nos dias 24 e 25 de Junho. Serão discutidas as conexões entre a mitologia gnóstica e a produção cinematográfica atual, além das implicações culturais e científicas da crescente presença do Gnosticismo no imaginário contemporâneo. A palestra acontecerá na Casa da Ciência na sexta-feira, 24 (“Cinegnose: Cinema e Gnosticismo”), e o workshop na Estação das Letras (“O cinema secreto: implicações culturais e científicas do Gnosticismo no Cinema”), sábado dia 25.

sábado, junho 04, 2016

Em "Regressão" Religião e Ciência trazem medo e histeria



Com o filme “Regressão” (Regression, 2015) o diretor Alejandro Amenábar retorna ao seu tema predileto de filmes como “Abre Los Ojos” ou “Os Outros”: as ilusões criadas pela nossa percepção. Um detetive e um psicólogo investigam o caso de uma jovem vítima de abuso sexual pelo seu pai. A aplicação de terapia de regressão por hipnose revela evidencias de uma seita secreta de cultos satânicos envolvendo estupros, raptos e sacrifícios. O que transforma uma pequena comunidade em vítima do medo e histeria coletiva. Mas Amenábar nos mostra outro tipo de regressão: como a Religião e, principalmente a Ciência, que deveriam ser instrumentos de verdade ou esperança, transformam-se em incitadores do medo, ignorância e histeria. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.

quarta-feira, junho 01, 2016

Cultura do Estupro revela "machismo 2.0"


A grande mídia escandaliza-se com o estupro coletivo de uma menina no Rio de Janeiro e clama por um país menos machista e sexista. Mas por anos deu espaço para frotas e gentilis, enquanto sua programação sempre foi patrocinada por anúncios onde a mulher-objeto-fetiche é a isca principal para produtos e serviços. A chamada cultura do estupro deve ser contextualizada no surgimento do “machismo 2.0”: uma nova forma de sexismo cujas bases estão lá na velha ordem patriarcal, mas que agora é repaginado e turbinado pelo complexo sociedade de consumo/indústria publicitária/grande mídia, capazes de criar uma nova cadeia de produção imaginária: voyeurismo-exibicionismo-sadismo. Imaginária, mas com sérias repercussões no mundo real.

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