quinta-feira, outubro 19, 2017

Para a CIA Plano Astral existe e é potencial arma de Parapolítica


Após dois anos de batalha judicial na qual ativistas processaram a CIA através da FOIA (Freedom of Information Act), a Agência foi obrigada a disponibilizar 800 mil documentos em sua biblioteca virtual disponível na Internet. Entre as 13 milhões de páginas revela-se o interesse da Inteligência militar por investigações sobre percepção extra-sensorial (ESP) e o Plano Astral. Dois documentos se destacam. O primeiro faz um resumo das investigações da CIA sobre o Plano Astral. E o segundo, um pequeno manuscrito sobre os perigos que envolvem essas pesquisas com referência a Aleister Crowley e o “ocultismo profano” Nazi. É sabido que durante a Guerra Fria os EUA fizeram intensas pesquisas sobre visão remota para espionagem. Mas os documentos dos anos 1980 sugerem algo além: contato com “energias inteligentes e não corporais” de outras dimensões e projeções da consciência ao passado e futuro. Será que, assim como no ocultismo nazi, também a Inteligência militar dos EUA tenta manipular potenciais armas de Parapolítica?

Almino Afonso, ministro do Trabalho no governo João Goulart (1962-64), era entrevistado no programa Roda Viva da TV Cultura/SP. A certa altura a jornalista Eliane Catanhêde interpelou o entrevistado a dar os nomes daqueles que traíram o presidente Goulart dentro da base parlamentar, fragilizando-o diante da eminência do golpe militar. Almino Afonso respondeu dessa maneira:
“A maioria deles... eu enfrentaria problemas terríveis em um plano que não sei absolutamente conviver, um plano de outra dimensão da vida (ele fala gesticulando as mãos para o alto)... é muito complicado, e eles quase todos estão mortos... imagina quantos no conjunto já morreram. Sou um dos raríssimos ministros que ainda está vivo”
Uma resposta curiosa: Afonso parece afirmar que o quê impede de delatar os nomes dos traidores não é apenas o bloqueio moral (delatar pessoas que já morreram), mas também respeito e temor pela “outra dimensão da vida” e “problemas terríveis” como se alguma represália o aguardasse por aqueles que estão na “outra dimensão”.

As conexões entre o mundo da política e dos políticos com o oculto sempre mereceu pouca atenção tanto da mídia quanto de acadêmicos. A não ser quando o tema é tratado ou como bizarrice, curiosidade folclórica; ou como “teoria conspiratória” sem qualquer validade científica.

Tudo que podemos encontrar são, aqui e ali, pistas, sinais, evidências de que a Política não  se limita apenas a uma atividade unidimensional marcada pela luta por interesses materialistas como dinheiro e poder.

Túnel suíço, Bohemian Grove e o “Indiana Jones” nazi


O mais recente foi a “bizarra” cerimônia de inauguração transmitida ao vivo, no ano passado, do túnel ferroviário nos Alpes suíços (o mais longo do planeta) com uma massiva simbologia hermética, pagã e religiosa num grande show teatral multimídia. Com a presença de altos dignitários europeus – clique aqui.

Cerimônia de inauguração do "Gotthard Base Tunnel" no ano passado

Ou o encontro anual, há mais de um século, no Bohemian Club na Califórnia, de mais de dois mil membros da elite mundial (política, econômica e midiática), sempre no mês de julho. Sempre recebido com protestos de manifestantes anti-globalização, o ponto alto do encontro (registrado secretamente por uma câmera digital pelo jornalista Alex Jones no ano 2000) é um estranho ritual ocultista chamado “Cremation of Care” aos pés de uma estátua de coruja com 12 metros de altura – clique aqui.

Isso é o que o Cinegnose chama de “Parapolítica”, abordagem esotérica da política iniciada pelo jornalista e escritor francês Jacques Bergier no livro clássico “O Despertar dos Mágicos”. Com um farto conjunto de dados e referencias, Bergier aborda como o nazismo foi um movimento que transcendeu a mera política terrena: originado em sociedades fechadas ocultistas, seus líderes pertenciam a um mundo de videntes, médiuns e astrólogos. Seus planos militares e políticos tinham forte envolvimento com o Oculto.

Por exemplo: é historicamente documentado como a SS enviou historiadores e arqueólogos como Otto Rhan (conhecido como o “verdadeiro Indiana Jones”) atrás de relíquias como a Arca da Aliança em incursões pela França Meridional, em cavernas no entorno da fortaleza de Montsegur, na qual os gnósticos cátaros foram massacrados como hereges pela Igreja no século XII. Heinrich Himmler acreditava que, mais do que relíquia religiosa, a Arca poderia conter energias ocultas que poderiam ser direcionadas para fins de conquista – clique aqui.

Jacques Bergier

CIA e o Plano Astral


Outro exemplo é a recente liberação de documentos da CIA envolvendo pesquisas sobre Percepção Extra-Sensorial e a existência do chamado “Plano Astral”.

Depois de muita pressão dos defensores da lei de liberdade de informação a CIA liberou recentemente on line 800 mil documentos classificados como secretos até os anos 1980 e que, até então, somente eram acessíveis ao público nos anos 1990 em computadores nos fundos de uma biblioteca nos Arquivos Nacionais, em Maryland.

Entre os registros mais “exóticos” são aqueles que envolvem OVNIs e pesquisas em percepção extra-sensorial. Entre eles, dois se destacam: um de Wayne Mcdonnell (da Inteligência do Exército dos EUA) intitulado “Analysis and Assessment of Gateway Process” de 1983 – endereçado ao comando da US Army Operational Group com um resumo das investigações da CIA sobre o que muitas vezes é chamado de “Plano Astral” entre ocultistas e esotéricos.

E outro, um curioso manuscrito sobre os perigos das pesquisas em Percepção Extra-sensorial – “ESP Research and Its Dangers” de 1985.

A noção de Plano Astral está associado a certas religiões orientais como o hinduísmo, jainismo e budismo – noção fundamental para o conceito de “nirvana”. Ou para os espiritualistas, um plano além do mundo material que consiste em diversos planos vibratórios ou “regiões” através das quais poderíamos viajar ao mudar o foco da consciência.


Algumas religiões acreditam que o Plano Astral somente poderia ser acessado depois da morte. Mas a partir das pesquisas e experiências da chamada “Projeciologia”, seria possível projeções da consciência e experiência fora do corpo (projeção astral), isto é, a “saída” da consciência do corpo físico e a manifestação em uma dimensão extra-física.

Embora a Ciência descarte essas experiência apenas como solipsistas estados alterados da mente, parece que a CIA e a USAISCOM (United States Army Information Systems Command) levaram tudo isso muito a sério.

O documento inicia fazendo um resumo das técnicas mais conhecidas de projeçãoo astral e seus fatores biomédicos: hipnose, biofeedback, meditação transcendental.

Hemi-Sync e o Instituto Monroe


Mas o documento trata principalmente do chamado “Gateway Process” e a técnica “Hemi-Sync” – sincronização dos hemisférios cerebrais, técnica desenvolvida por Robert A. Monroe (1915-1995) e o seu Instituto Monroe dedicado a pesquisas sobre estados de consciência e experiências da consciência fora do corpo.

Monroe desenvolveu o Hemi-Sync - sincronizar a amplitude de frequência dos dois hemisférios cerebrais para criar estados alterados que permitam à consciência transitar por diversos “focos”, até chegar ao “21” no qual escapamos das restrições de tempo e espaço indo tanto para o passado quanto futuro.

O Instituto Monroe manteve diversos contratos com o complexo de Inteligência Militar dos EUA, até o ano da morte do seu fundador em 1995. Como podemos perceber no documento de Wayne Mcdonnell, havia o interesse em treinar agentes na arcana ciência da visão remota como ferramenta de espionagem.

Há diversos documentos relatando que durante o período da Guerra Fria entre EUA e URSS nos anos 1970 foram realizadas diversas ações de visão remota em áreas de testes militares soviéticos, áreas de instalações nucleares e de construção de submarinos.

Em 1988, um visualizador remoto teria localizado o local onde estava preso no Líbano o Coronel William Higgins e durante a Guerra do Golfo teria sido utilizada para localizar o esconderijo de Saddam Hussein.


Viagens da consciência no Tempo


Mas parece que o documento sugere algo muito maior, para além das missões de espionagem ou resgate de oficiais sequestrados.

O documento também discute o conceito de consciência como energia aprisionada num espaço tridimensional no qual todo o Universo se apresentaria como um holograma. Porém, essa energia pertence ao “Absoluto” (“The Absolute”) um estado original e infinito que transcenderia os diversos hologramas pelos quais cada realidade é representada em cada nível vibratória do Plano Astral.

O objetivo seria expandir a consciência até alcançar a dimensão do Absoluto no qual nenhum holograma é gerado sobre si mesmo. Sem mais restrições de tempo/espaço, a consciência alcançaria o “focos” de 15 a 21 – viagem da consciência no tempo do passado ao futuro.

Mas o curioso é uma das conclusões finais do documento que abrem para possíveis pesquisas futuras: preparar intelectualmente os projetores astrais para “possíveis encontros com formas de energias inteligentes e não corporais quando os limites de tempo espaço forem excedidos”.


Os Perigos das Pesquisas no Plano Astral


Isso se liga ao enigmático documento apócrifo “Pesquisa em Percepção Extra-Sensorial e seus Perigos”. O texto faz alusão às experiências ocultistas da chamada Vril Society - grupo ocultista por trás de Hitler e da SS de Himmler e o “ocultismo profano” de Aleister Crowley, membro dessa sociedade. Como esse ocultismo foi a tentativa de um atalho para a busca do poder da percepção extra-sensorial. E que resultou em “canibalismo social”, violência e assassinatos com a ascensão do nazismo.

E os perigos desse mesmo “ocultismo profano” fazer parte do “poder dos EUA” e ameaçar “pessoas decentes” - clique aqui.

Tanto o livro "O Despertar dos Mágicos" de Bergier quanto a série espírita Nosso Lar (psicografada por Chico Xavier) descrevem a ação das chamadas “forças das trevas” nas regiões do Plano Astral próximas da Terra (o “Umbral”) com cidades, fortalezas e exércitos disciplinados com o objetivo de conquistar corações e mentes dos encarnados – principalmente seus líderes políticos.

O momento histórico era o da Segunda Guerra Mundial e essas forças manipulavam substâncias etéreas como as “formas-pensamentos” (termo teosófico para designar como o pensamento humano projeto no astral formas plásticas até formar egrégoras que, em muitos casos, se autonomizam ganhando força própria) caóticas sobre o continente europeu como uma nuvem magneticamente negativa.

E o ocultismo nazi parecia estar consciente da existência dessa convergência entre o Plano Astral e o material e procurou de todas as formas tirar proveito dessas energias etéricas.

Com a revelação desses documentos da Inteligência militar dos EUA sob a imposição da FOIA (Freedom of Information Act), poderíamos fazer a seguinte questão: assim como no trágico episódio do ocultismo nazi, será que o complexo militar norte-americano também busca “atalhos” para dominar as ferramentas de Parapolítica?

 E mais: será que agora com pretensões de manipular tanto o passado quanto o futuro? Tudo no melhor estilo da série Netflix Os 12 Macacos?


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