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sexta-feira, fevereiro 23, 2024

Tautismo e viralatismo: como dar pernas à não-notícia do "Holocausto"



A última vez foi quando o então presidente Obama humilhou a repórter Globo News, Sandra Coutinho, em uma coletiva para imprensa, em 2015, na Casa Branca ao desmenti-la quando tentou colocar uma opinião da Globo na boca dele. E agora, o drible humilhante que o secretário de Estado Antony Blinken deu na correspondente em Washington, Raquel Krähenbühl, tentando dar pernas à não-notícia da palavra que Lula jamais disse: “Holocausto”. Mais uma vez a emissora submete jornalistas ao vexame, revelando o seu tautismo (tautologia + autismo midiático) e viralatismo crônicos. Tautista, não entende que Globo é uma emissora do quintal geopolítico dos EUA. E que sua única função é o de caixa de ressonância da extrema-direita: se limitar a repercutir postagens de Netanyahu e Israel Katz para tentar das pernas à não notícia, pelos menos até à manifestação convocada pelo inelegível e sem cargo Bolsonaro.

quinta-feira, fevereiro 01, 2024

Mídia no modo Alarme: pesquisa tautista dá folego ao lavajatismo



O jornalismo corporativo bate bumbo sobre o relatório “Índice da Percepção da Corrupção” da pouco transparente ONG Transparência Internacional – de relações promíscuas passadas com a Operação Lava Jato. Segundo a pesquisa, o Brasil caiu dois pontos no primeiro ano do governo Lula. É a grande mídia de volta ao modo alarme com a pauta da corrupção. Enquanto Moro é sacrificado como um anti-herói que, em seu último ato, deve morrer para salvar o seu legado: o lavajatismo. Por enquanto, corrupção ainda é vista como ameaça futura. A pedra angular da pesquisa é o conceito de “percepção”, confundida com “opinião”.  A questão é que a percepção não é um juízo pessoal, mas uma “ignorância pluralista” moldada pela consonância, acumulação e onipresença da pauta midiática.  Por isso, o índice da pesquisa é “tautista” (tautologia + autismo midiático): reflete apenas o ecossistema midiático - espelha o modus operandi da grande mídia na guerra híbrida.

sexta-feira, janeiro 19, 2024

'A Montanha dos 7 Abutres': sujo, canalha, podre


“Eu posso lidar com notícias grandes e pequenas. Se não houver notícia, saio na rua e mordo um cachorro”, diz cinicamente Kirk Douglas, numa performance de gelar o sangue do espectador. Mais de meio século depois, “A Montanha dos 7 Abutres” (Ace in the Hole, 1951) continua afiado como um punhal. Um documento histórico de um momento em que o mercado de notícias estava transformando a face da sociedade, rivalizando com a própria indústria do entretenimento. O momento em que o jornalismo corporativo deixava de ser mera testemunha ocular dos fatos para ser a dona ou até criadora dos fatos. Kirk Douglas é um jornalista amargurado, expulso dos grandes centros e que vê num acidente em uma mina perdida no meio do deserto a chance de reavivar a carreira. Rapidamente a situação se torna um circo midiático sujo, podre e canalha, antecipando em décadas aquilo que apenas seria potencializado pelas novas tecnologias e redes sociais.

quinta-feira, abril 13, 2023

Filme 'Cidadão Kane', marcianos e pânico


“Cidadão Kane” (Citizen Kane, 1941) foi um milagre no cinema: um diretor estreante; um escritor cínico e alcoólatra; um diretor de fotografia inovador e um grupo de atores de teatro e rádio de Nova York receberam carta branca e controle total, e fizeram uma obra-prima. Da transmissão de rádio sobre uma invasão marciana que levou os EUA ao pânico em 1938, a um filme sobre um magnata da mídia, Orson Welles estimulou a reflexão sobre duas formas de poder: o da influência midiática e da propriedade das mídias. Na primeira, a descoberta de que o século XX estava preparado para o pânico; e na segunda, uma exploração freudiana do desejo pelo poder – basicamente poderia ser a busca para recuperar algo perdido na infância. O Poder como fantasia adulta regressiva a uma forma neurótica e compulsiva.

quinta-feira, janeiro 12, 2023

Nietzsche e terror na inteligência artificial de um brinquedo no filme 'M3gan'


Estamos acostumados com distopias em torno da Inteligência Artificial ambientadas em laboratórios ou bunkers tecnológicos numa atmosfera Frankenstein. Bem diferente, “M3gan” (2022, com estreia prevista no Brasil dia 19 de janeiro) desloca o tema para a indústria dos brinquedos infantis: um androide de um metro e meio de altura, grandes olhos como uma boneca vitoriana, uma peruca surrada e um guarda-roupa vintage. Ao contrário do boneco Chucky, M3gan não é animada por um fantasma, mas por uma “machine learning”. Um brinquedo que vira babá, matando (até literalmente...) três coelhos com uma cajadada: dar sossego para os pais, o amigo imaginário infantil que vira real, além de revolucionar o mercado de brinquedos. Ausência simbólica dos pais, o destino dos brinquedos numa sociedade tecnológica e a Singularidade da IA como “vontade de potência” nietzscheana são os principais temas do filme.

quarta-feira, dezembro 21, 2022

Filme 'France': quando o jornalista vira o protagonista da notícia


“France” (2021, disponível na HBO Max), do cineasta francês Bruno Dumont, foi recebido com um coral de vaias no Festival de Cannes no ano passado. Parece que a plateia formada principalmente pela imprensa especializada não recebeu muito bem a sátira de um cineasta sobre fama e celebridade no jornalismo – jornalistas não costumam receber muito bem críticas de alguém que não pertença ao próprio campo jornalístico. O filme acompanha uma jornalista-celebridade chamada France de Meurs e o fenômeno tautista em que jornalistas deixam de ser testemunhas da história para se transformarem em protagonistas da própria notícia. Regularmente abordada nas ruas para selfies e autógrafos, France parece confortável no interior de uma bolha tautista social/profissional protetora. Até o sentimento de alienação e depressão assombrá-la depois de atropelar um motoboy e começar a colocar em xeque sua profissão. Mas como encontrar a realidade para além do estúdio e da ilha de edição?

terça-feira, novembro 22, 2022

Filme 'Cadáver': luzes, câmera... e Inteligência Artificial!


Todos conhecem o papel da Inteligência Artificial (“machine learning”) de plataformas como Netflix que “aprende” com as escolhas e comportamento do usuário, customizando sua “experiência”. Mas hoje a IA faz mais do que isso: analisa e prevê as avaliações dos filmes, interferindo nos estágios iniciais da fase da produção criativa, ajudando decisivamente na produção de roteiros. Economizando tempo e dinheiro. Reversibilidade irônica: uma plataforma de comunicação que não mais comunica. Apenas sinaliza e informa, retroalimentando o repertório do usuário. Um exemplo é o filme de terror norueguês “Cadáver” (Kadaver, 2020): num mundo pós-apocalíptico, uma peça de teatro num hotel com jantar incluído atrai uma multidão faminta. Que descobrirá da pior maneira possível que o preço do ingresso é uma cilada mortal. Um pastiche de “tropos” do gênero que torna tudo previsível e inverossímil – feedback tautista. Porém, para usuários que conheceram o cinema a partir do streaming, essa incomunicabilidade talvez não seja perceptível.

sábado, outubro 29, 2022

Lula descobre as estratégias alt-right de desconstrução de debates. Será tarde?


Nervoso, numa noite particularmente beligerante, perdendo o controle e exigindo até um inédito direito de reposta do mediador William Bonner. Pisando em falso e quase se desequilibrando. Procurava sempre na palma da mão a colinha com duas palavras chaves fatais que teimava em esquecer: “décimo terceiro” e “férias”. Um candidato visivelmente incomodado, porque viu o oponente Lula utilizando as mesmas técnicas de desconstrução trumpista e pós-moderna que a alt-right sempre se primou: metalinguagem, comunicação indireta, técnica de dissociação e desautorização do interlocutor. Talvez, um reflexo do “efeito Janones”: apropriar-se do mesmo ímpeto desconstrutivista do adversário e lutar no mesmo campo semiótico que sempre a extrema direita atuava sem ninguém incomodar. Até agora. Resta saber se essa novidade tardia veio a tempo suficiente para evitar o pior.

sexta-feira, setembro 30, 2022

Debate da Globo tenta abduzir Lula e dar pernas à terceira via para forçar segundo turno


Não é por menos que sempre o último debate antes da eleição ocorre na maior emissora do País, a Globo – emissora com maior audiência, é sempre a janela de oportunidade para a “bala de prata”: a criação de um acontecimento que controle o cenário eleitoral, seja com um freio ou um contrapeso. Pela primeira vez a “Terceira Via” atuou em casa, ou seja, na emissora que a criou e deu pernas. Para gerar o contrapeso que impeça a vitória de Lula no primeiro turno. Aquilo que foi esboçado no debate da Band, na Globo foi colocado exponencialmente em prática: abduzir Lula para o ciclo vicioso de ataques e pedidos de resposta, enquanto Tebet, Soraya e D’Ávila olhavam para a câmera, balançando a cabeça e se queixando da “polarização” que impede “propostas”. Além do chefe do Executivo poder contar com um alter ego, o simulacro de padre chamado “Kelmon”, fazendo o trabalho “hard” para Bolsonaro poder falar mais mansinho. Para a Globo, ficou um farto material para uma possível edição “matadora” às vésperas da eleição.

quinta-feira, agosto 11, 2022

A patafísica da inteligência artificial em 'Dark Cloud'


Nada de bom pode vir de uma inteligência artificial. Pelo menos no cinema, desde que HAL 9000 decidiu matar a tripulação de uma nave no clássico “2001” de Kubrick. À primeira vista, um filme com o título “Dark Cloud” (2022), sobre uma paciente num tratamento terapêutico pioneiro em uma casa remota totalmente controlada por uma IA, já sugere ao espectador que as coisas também não vão acabar muito bem. Porém, “Dark Cloud” vai muito além do confronto máquina versus humanidade. Se no passado a IA tentava emular a inteligência humana revelando ser maligna pelo fato de não possuir alma, no pós-humanismo o Mal é de natureza “patafísica”: justamente por ser tão complexa, eficiente e precisa, ironicamente uma IA pode se voltar contra a própria finalidade para a qual foi construída – a Teoria dos Sistemas de Varela e Luhumann e o Teorema da Incompletude de Gödel talvez expliquem essa cilada lógica de todo sistema tecnológico.

sexta-feira, abril 22, 2022

Presunção da catástrofe da mídia cria arma geopolítica da mitologia da mudança climática


Fez 30 graus na Antártida! Por incrível que pareça foi isso que alguns telejornais (desses que transformam notícias em infotenimento) acabaram induzindo o distinto público a acreditar a respeito de “onda calor inédita” reportada por uma base francesa no continente gelado. É a presunção da catástrofe, construção semiótica operada pela mitologia das “mudanças climáticas” – depois da urgência biológica da pandemia, agora a grande mídia volta para a urgência climática. Uma operação semiótica de despolitização ao reduzir a questão ecológica ao “meio ambiente”, deixando de lado o fator socioeconômico. A mitologia das mudanças climáticas se transforma em chantagem ambiental na grande mídia: a substituição da matriz do combustível fóssil pela “energia limpa” (eólica, solar) além de igualmente destruir o meio ambiente, atende principalmente objetivos geopolíticos: transformar os países outrora chamados de “emergentes” em novas neocolônias high tech.

quinta-feira, agosto 19, 2021

Afeganistão: guinada geopolítica dos EUA deixa mídia a ver navios... e com mais-valia semiótica


Diante das imagens de um helicóptero estadunidense sobrevoando a embaixada de Cabul e de afegãos se agarrando em um avião na desesperada retirada de Cabul diante da blitzkrieg da retomada do país pelo Talibã, acompanhamos na TV brasileira correspondentes e apresentadores entre a irritação e consternação: depois de décadas dando apoio propagandístico à guerra contra o terror e a Doutrina do Destino Manifesto dos EUA, sentem-se agora órfãos e desamparados diante do reposicionamento geopolítico do Império. Já falam em “queda” na aprovação de Biden, revelando a natureza totalmente tautista da grande mídia: ao se apegar com fidelidade canina a uma narrativa hegemônica, torna-se cega à realidade. Mas, a crise do Afeganistão oferece uma mais-valia semiótica: a “turbulência política” internacional e brasileira servem de desculpa para inflação e o aumento dos combustíveis e energia. 

sábado, junho 12, 2021

'Revelação' de Bonner é o tautismo da Globo marchando para o fim


Desde cedo, nas redes sociais, William Bonner fez suspense: faria uma “revelação” na bancada do JN naquela noite. Até que o telejornal da Globo foi ao ar e a bombástica “revelação” nada mais era do que uma campanha para “humanizar” os jornalistas da Globo: nos intervalos, serão mostrados exemplos motivacionais da intimidade dos jornalistas e suas conversas fora do ar. Comprovar que apesar da “missão” os jornalistas são “humanos” também. Tudo pode parecer apenas uma canastríssima autopromoção, com direito a lágrimas e voz embargada de Renata Vasconcellos no final. Quando o jornalista vira o protagonista da informação é que a própria informação deixou de existir... virou autorreferência, metalinguagem, tautismo (autismo midiático + tautologia). Análogo ao processo catabólico de degradação onde o corpo começa a consumir seu próprio tecido muscular. Em crise financeira e vivendo do rentismo, a Globo tenta salvar a imagem do seu jornalismo no mercado de notícias, fazendo um controle de danos das suas intervenções políticas, para manter a sua marca valorizada à espera de um comprador.

quarta-feira, junho 02, 2021

Copa América no Brasil? A apropriação e ressignificação semiótica alt-right


Jornalistas e comentaristas da Globo indignados contra a Copa América no Brasil no Brasil, epicentro da pandemia na América do Sul. A mídia progressista viraliza vídeos de Casagrande e Luiz Roberto acusando de “torneio da morte”. Porém, os mesmos critérios também poderiam ser aplicados a dois “produtos” da Globo: Brasileirão e Copa do Brasil, com 92 delegações circulando pelo País. Bolsomínios apropriam-se dessa crítica à Globo, acusando a emissora de “hipocrisia”, reforçando o mote “Globolixo”. Estamos diante de um caso exemplar da estratégia semiótica da "direita alternativa" (alt-right): apropriação e ressignificação que paralisa a crítica progressista fazendo-a se aliar a uma emissora que supostamente é opositora ao Governo, mesmo com sua tática de morde-assopra (basta ver a cobertura do 29M). Mas não é uma mera “hipocrisia”: a guerra de bastidores que a Globo trava com a Conmebol e SBT reflete a “hipertelia” e “tautismo” da grande mídia - o destino de todos os sistemas tecnológicos. Enquanto isso, a esquerda viraliza os vídeos de comentaristas da emissora indignados, as folhas de parreira que encobrem a nudez da própria Globo. 

quinta-feira, fevereiro 25, 2021

'Wokexploitation' e tautismo são ciladas do BBB21 na guerra semiótica

Poucos lembram que o reality show “Big Brother” foi inspirado num experimento científico mal sucedido de 1992 chamado Biosfera 2: oito “tripulantes” confinados numa estrutura isolada do exterior monitorados 24 horas por câmeras, tendo que retirar ar e alimentos dos animais e vegetais daquele meio ambiente simulado. Porém, baratas (muitas baratas!) e ervas daninhas acabaram com tudo. Mas o que foi fracasso vira oportunidade na versão midiática do experimento: a “ecologia maléfica” vira “wokexploitation”: saem baratas e entram as mazelas sociais e humanas como show. Todos os lados do espectro político tentam tirar alguma lição das eliminações (como a rejeição recorde de Karol Konká). Porém o BBB é mais bem sucedido do que foi o Biosfera 2: criou um sistema tautista (tautologia + autismo midiático) onde nenhuma máscara cai ou lição moral é ensinada, tornando-se apenas um dispositivo de sequestro de pauta para, principalmente, a esquerda cair. A única coisa real no BBB é a ecologia maléfica colocada a serviço da guerra semiótica.

quinta-feira, julho 09, 2020

Guerra Híbrida: Bolsonaro com COVID-19 é um meme autoimune



O suposto teste positivo de COVID-19 do presidente didaticamente revela dois componentes básicos da guerra híbrida: a estratégia de a abordagem indireta - jogar o estímulo já sabendo a reação do oponente; e a criação de um ambiente cognitivo marcado por simulações que produzem pós-verdades e incertezas. Por isso, pouco importa sutilezas semânticas dos jornalistas (em vez dizer que “tem”, dizer que o presidente “anunciou” que tem) para tentar se blindar do ardil da fonte. Bolsonaro sequestra a pauta com um verdadeiro “meme autoimune” da pós-verdade: pouco importa se o presidente está ou não contaminado. Como perfeita bomba semiótica, o conteúdo é secundário. O mais importante é a sua repercussão cognitiva fazendo os atores sociais agirem de forma sempre reativa, no piloto automático. Para a mídia dar a visibilidade que tanto Bolsonaro precisa.

terça-feira, julho 07, 2020

Em "Buscando..." as mesmas mídias com as quais nos comunicamos também nos dividem


Não são apenas todas as mídias que estão convergindo para o meio digital. Nossas vidas também. Transformando-se em “media life” que pauta nossas identidades em bolhas marcadas pelo tautismo (autismo midiático + tautologia): espalhamos fragmentos de nós mesmos por redes e plataformas sem conseguirmos juntar num todo. Mídias supostamente criadas para aproximar as pessoas, mas que na verdade promovem ainda mais a divisão. “Buscando...” (“Searching”, 2018) é um filme que trata desse tema tanto na forma quanto no conteúdo - um thriller narrado inteiramente dentro dos limites dos dispositivos eletrônicos, nos permitindo sentir como se estivéssemos logando, clicando e digitando junto com os personagens em tempo real. Através das janelas de aplicativos e plataformas acompanhamos o desespero de um pai em busca de sua filha desaparecida. Descobrirá como as mesmas mídias com as quais nos comunicamos, também nos dividem e nos alienam dos outros.

segunda-feira, junho 29, 2020

Guerra Híbrida: por que o #UseAmarelo da Folha é bege?


Depois das false flags das prisões da perigosa “terrorista” Sara Winter e do “foragido” Queiroz, seguindo o “tic-tac” da guerra híbrida, o jornal Folha de São Paulo detona sua bomba semiótica: em editorial neste domingo exortou a todos aderirem a cor amarela como símbolo da “defesa da democracia”. Como lhe é peculiar, em tom megalomaníaco, arvora-se como vanguarda da “luta democrática” – resgatar o amarelo como símbolo democrático, libertando-o dos extremismos. Agora é “Amarelo Já!”. Porém, a Folha nos mostra um estranho matiz de amarelo, um amarelo bege. Diferente dos matizes amarelos limão, sólido e vibrante das domingueiras bolsomínias. O amarelo da Folha é um signo cromático para demarcar o “novo normal” do espectro político sob a lei antiterrorismo: nem o amarelo, o vermelho ou o preto-antifa dos “extremismos”. Mas agora, o amarelo bege da “democracia”. Mas qual democracia? A armadilha do domínio total de espectro armada contra a esquerda e oposições, cujo gatilho será disparado no futuro. Amarelo bege: AME-O OU DEIXE-O!  

domingo, fevereiro 09, 2020

Rodrigo Bocardi: tautismo da Globo morre pela boca


Racismo estrutural. Essa foi a acusação nas redes sociais contra o apresentador do telejornal “Bom Dia São Paulo”, Rodrigo Bocardi. A polêmica surgiu quando do estúdio, numa entrada ao vivo com um repórter numa estação do metrô, o apresentador interviu confundindo um jovem negro como gandula de quadras de tênis do Esporte Clube Pinheiros, clube de elite paulistana. Na verdade, era atleta da equipe de polo aquático do clube. O apresentador teria dado uma mostra do racismo brasileiro cotidiano e invisível – o chamado “racismo estrutural”. O problema é que ao transformar o jornalista em “Judas” amarrado ao poste para o linchamento público, é como se assumisse a função de bode expiatório. Para expiar, purificar o jornalismo. O racismo ao vivo foi apenas um nódulo de algo mais estrutural que compõe o atual campo jornalístico: a “saga dos cães perdidos” - metáfora do jornalista como um cão que perdeu o faro e se perdeu na origem psicológica de todos os lapsos éticos da profissão: a inveja criada pela diferença de classe social diante de entrevistados poderosos ou marginalizados, o que leva a ambição de acúmulo rápido de capital simbólico: busca de autoridade e prestígio. Somado ao tautismo midiático, Bocardi mordeu a própria isca da metalinguagem autopromocional que estrutura os telejornais atuais. 

sexta-feira, janeiro 24, 2020

Cresce aprovação a Bolsonaro: a esquerda à sombra das maiorias silenciosas


Era uma vez uma Oposição que achava que bastaria deixar Bolsonaro governar, tarefa para a qual é evidentemente desqualificado... e deixar sangrar até se demitir. Um ano depois, as coisas não estão bem assim: os números da pesquisa de opinião CNT-MDA deste mês revelaram um crescimento na aprovação a Bolsonaro. E que mais da metade dos entrevistados confia nas três grandes redes televisivas: Globo, Record e SBT. Bolsonaro continua um desqualificado (o início do apagão do serviço público começou com crises no INSS e Enem), mas a vitória, até aqui, na guerra da comunicação dá a vantagem da prestidigitação: a sua “guerra cultural”, na qual ganha de 7 X 1 de uma esquerda que caiu no alçapão deixado pela extrema-direita – a mídia progressista se esfalfa em denunciar que Bolsonaro é misógino, sexista, miliciano, pró-ditadura...  e daí? Para a maioria silenciosa, sobrevivendo no cotidiano, tudo isso é abstrato, “politicagem”. A grande mídia cria o chamariz com a pauta da guerra cultural (identidade, gênero, raça, etnia, meio ambiente etc.), aprisionando a esquerda em seu tautismo (tautologia + autismo midiático) – abandona a comunicação direta com a maioria silenciosa e se desconecta do deserto do real: a economia.

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